quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Quem diria hoje eu pedir jogadores como Edmundo...

 
 



Bom, gente... hoje comentando aqui para colegas de serviço, falando sobre futebol ou outros assuntos, me lembrei de alguns exemplos de ex-jogadores que fizeram fama e sucesso na década de 1990. E um deles chamou muito a atenção pelo que representou dentro e fora dos gramados. Estou falando do “Animal” Edmundo...

 

Isso mesmo... o atual comentarista da Band, lembro quando começou, na década de 1990, lançado nas categorias de base do Vasco da Gama para os profissionais em 1992. Ele foi um dos campeões da Copa São Paulo de Juniores naquele ano e chamou muito a atenção pelo faro de artilheiro, naquele ano, destacando-se junto com o futuro tetracampeão Bebeto no ataque do time da cruz de malta...

 

Tanto talento também se revelou uma capacidade enorme de causar confusões dentro e fora de campo. Depois, seria vendido ao Palmeiras, recém-firmado com a parceria com a Parmalat que resultou numa era de Ouro para o alviverde. Foi uma transação cara na época, afinal, o dinheiro do patrocinador rendia como uma torneira aberta, e logo ele conquistou o apoio e o carinho do torcedor alviverde, tanto pelos gols quanto pela fama de indisciplinado. Daí que surgiu o apelido que o marcou tanto. Eurico Miranda, o eterno dirigente vascaíno, chegou a dizer na época: “Eu não vendi um jogador para o Palmeiras. Vendi um caminhão de problemas para eles”...

 

Se for contar o que ele aprontou durante sua carreira... ganhou muitos títulos e também defendeu a seleção brasileira, mas também brigou com jogadores, adversários e colegas de time, tretou com técnicos de futebol e dirigentes, jogou fora a chance de ser tetracampeão nos Estados Unidos, fez gestos obscenos para torcida adversária, apareceu em páginas policiais e revistas de fofoca, teve filho fora de casamento, chutou câmera de TV no Equador, causou incidentes diplomáticos fora do país, bateu carro que resultou em acidentes fatais com amigos, foi chamado de assassino por torcidas adversárias que lembravam desse acidente, foi para o exterior, arrumou confusão, entre tantas coisas...

 

Lembro que durante a Copa do Mundo de 1998, pediam uma chance para ele atuar ao lado de Ronaldo Fenômeno, e quando pintou aquela fatídica final contra a França, colocaram o nome dele como substituto do Fenômeno para a decisão, que logo depois, acabou botando Ronaldo contra os leões. Edmundo entrou no segundo tempo quando a vaca já estava indo para o brejo, esbravejou e depois que perdeu a Copa, elegeu os culpados: Zagallo e a Nike. Ele foi o primeiro a abrir a boca para falar que havia um esquema da Nike para o Brasil perder a copa para a França (nota: a França usava Adidas na época)...

 

Também o que me chamou a atenção na época, suas brigas com o baixinho Romário... Várias vezes eles brigaram, tentaram se reconciliar, brigavam de novo, e hoje estão na santa paz. Uma briga e rivalidade que botou até Eurico Miranda (ex-Presidente do Vasco) nessa fogueira de vaidades....

 

Quando ele saiu do Flamengo no final de 1995 e foi para o Corinthians, particularmente não gostei muito, mas tive que engolir. Afinal, o Corinthians era maior do que um jogador chamado Edmundo. Ele foi a contratação de peso para a disputa da Taça Libertadores de 1996, que acabamos sendo eliminados pelo Grêmio de Felipão e Paulo Nunes... Aliás, a Libertadores e o Mundial de Clubes sempre foi uma obsessão para ele. Nunca conseguiu se sagrar campeão nessas competições quando disputou. Edmundo chegou com status para fazer dupla com Marcelinho Carioca e também conviver com outros caras mais emblemáticos e ídolos do Timão como Ronaldo Giovanelli (aliás, um dos únicos que defendeu Edmundo numa guerrinha particular entre ele, o elenco e a diretoria do Timão). Edmundo saiu de lá vociferando todas contra o time e voltou para o Vasco, para depois dar a alegria aos corinthianos de errar aquele pênalti na decisão do Mundial de Clubes FIFA 2000 no Maracanã...

 

Eu fico lembrando Edmundo, não porque ele foi um ex-jogador, mas por tudo o que ele aprontou tanto em campo como fora dele e falei no serviço que hoje não se acha mais jogadores assim, como ele... hoje temos um Luis Fabiano ou um Kleber Gladiador ou um Jóbson da vida, tentaram até marcar Sandro Goiano no seu tempo do Grêmio, mas não tem tanto a graça de ver eles aprontando como tinha o Edmundo na sua época. Edmundo foi um anti-herói do seu tempo, e marcou uma geração de muitos torcedores no seu tempo, que via nele um jogador endiabrado, que não se entregava e também marcante pela sua fibra, que despertou amor (das torcidas que viam ele jogar no seu time) e ódio (dos torcedores rivais).Ele ficava puto com a derrota e muitas vezes brigava com os companheiros por causa disto...

 

Hoje num mundo meio que politicamente correto, faz falta na minha opinião um jogador com o carisma que Edmundo adquiriu. Ele ficou, na minha opinião, lembrado por tudo o que fez durante sua carreira. Esse Edmundo do comentarista da Band, pra mim, virou uma moça... Os mais novos não se lembram do Edmundo “Animal”, esse Edmundo sim que aprendi a odiar por causa de jogar num time rival e ficar tirando onda contra os corinthianos, mas bem que poderiam ter uma aula de como era torcer por seu time e apreciar o futebol naqueles anos 90... essa década rendeu cada história e Edmundo faz parte dela... como faz falta caras como Edmundo no futebol brasileiro de hoje...

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário