quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Uma análise dos campeões pela McLaren



Bom, gente. Final de temporada acontecendo mais uma vez, mas hoje resolvi voltar um pouco no tempo. Mais precisamente em 1984, ou seja, há 30 anos atrás. Na Fórmula 1 que estava sendo dominada por motores turbo, uma equipe inglesa que estava passando por crise técnica ressurgiu de forma avassaladora e conquistou o título daquele ano. Estou falando da hoje poderosa McLaren.



O último título da equipe tinha sido com James Hunt em 1976 e ainda era o chefe de equipe Teddy Mayer. Depois disto, a equipe passou por um leve declínio e também a troca de controle acionário. Veio Ron Dennis e também as mudanças. Em 1983 ainda eles assinaram um contrato com a Porsche para fornecimento de motores, rebatizados na equipe de motores TAG. Os resultados começariam a vir na temporada seguinte.

Surge 1984 imediatamente como um divisor de águas para a equipe. A dupla daquele ano era Alain Prost, recém contratado pela equipe, e o veterano Niki Lauda, que estava com  marca de bi-campeão na época. Depois de uma temporada onde a equipe dominou a com sobras, veio os títulos tanto de pilotos quanto de construtores. Mas agora veremos uma análise dos pilotos que se sagraram campeões pela escuderia.

O primeiro que inaugurou essa saga de vitórias foi o Niki Lauda, que conseguiu na última corrida de 1984 o título, o seu terceiro campeonato. Superou seu companheiro de equipe por apenas meio ponto, a menor diferença entre pilotos num campeonato até hoje. Depois do terceiro título, Lauda sossegou o facho e correu ainda em 1985 para cumprir tabela. Mas aí resolveu se aposentar, já consagrado e cuidar dos seus negócios, antes de voltar à Fórmula 1 como dirigente.

Alain Prost, seu companheiro de equipe, teve mais vitórias que Lauda em 1984, mas perdeu o título por um capricho do regulamento, mas em 1985 ele não deu sopa para o azar e faturou seu primeiro título. Depois, em 1986, veio o bi, um pouco que beneficiado também pela briga interna na Williams, onde acabou levando a melhor na última etapa, correndo pelas beiradas, por fora. Prost depois teria que dividir a equipe com um certo brasileiro chamado Ayrton Senna, onde duelaram entre si durante dois anos dentro da McLaren e Prost em 1989 acabou anunciando a saída da equipe, depois que Senna tomou conta do ambiente, sem antes faturar também o título de 1989 naquela decisão polêmica no Japão.

Ayrton Senna foi o piloto que mais deu vitórias à equipe neste período pós 1984 e com ele a equipe faturou outros três títulos. Em 1988, a equipe, graças ao projeto do MP4/4, dominou praticamente toda a temporada, ganhando 15 das 16 corridas daquele ano e Senna faturou seu primeiro título, derrotando Prost, no início de uma briga e rivalidade que ficariam eternizadas na memória dos fãs da velocidade que viveram esta época. Depois vieram os títulos de 1990, mais uma vez derrotando Prost, desta vez ele na Ferrari, e em 1991, derrotando Nigel Mansell e a Williams.

A parceria Senna e McLaren estava indo bem, mas depois que a Williams começou a dominar a categoria, o piloto brasileiro fez de tudo para ir para a equipe rival e não escondeu isto de ninguém. No fim, ele deixou a equipe sem antes cravar sua última vitória na Fórmula 1 no GP da Austrália de 1993, encerrando uma longa parceria entre ele e a equipe. O resto é história.



Depois disto, vieram um período de incertezas e tentativas de novas parcerias, que só começaram a dar certo depois que a equipe fechou com a Mercedes para fornecedora de motores. O título veio somente em 1998 com o finlandês Mika Hakkinen, um piloto promissor que ainda não tinha vitórias na categoria. Ele se motivou e buscou a confiança para fazer da equipe novamente campeã. Depois de uma batalha árdua contra Michael Schumacher da Ferrari, a equipe novamente foi campeã. E no ano seguinte ele faturou o bi, mesmo contestado por muitos críticos na época por causa de suas limitações e erros cometidos na temporada.

Em 2000, o piloto finlandês tinha um objetivo: sagrar-se o primeiro tricampeão seguido depois de Juan Manuel Fangio. Ele lutou muito e teve bons momentos como a manobra espetacular em cima de Michael Schumacher no GP da Bélgica daquele ano. Mas no final acabou definhando e perdendo o título. Depois disto, perdeu motivação e acabou se retirando da categoria, com dois títulos mundiais.

Mais um período de insucessos vieram nos anos seguintes. A equipe ainda tentou combater o sucesso da Ferrari e de Michael Schumacher, sem sucesso. Mas ela fez temporadas boas como 2005, que não conseguiu o título por azares e erros de sua dupla de pilotos, mesmo com o melhor carro. Em 2007, tudo parecia que iria ser o título da equipe, mas o escândalo de espionagem que a equipe se envolveu acabaram por excluí-la do campeonato e também perder o título de pilotos na última corrida, título ganho por Kimi Raikonnen, cria da McLaren, desta vez o piloto guiando pela Ferrari.

O ano de 2008 reservou o último título da McLaren. Já sem Ron Dennis no comando, os pilotos Lewis Hamilton da McLaren e Felipe Massa da Ferrari, brigaram ponto a ponto por este título que acabou numa decisão polêmica no GP do Brasil. Felipe Massa ganhou a corrida com sobras, mas Lewis Hamilton fez uma ultrapassagem faltando três curvas para o fim sobre Timo Glock, que estava rastejando-se na pista molhada. Até hoje esta disputa chama a atenção, não pela corrida em si, mas por um escândalo na corrida de Cingapura um mês antes (mas isto eu vou falar outra hora).

O que é verdade é que Lewis Hamilton acabou tendo sua conquista apequenada e ofuscada por Felipe Massa e esses acontecimentos nas corridas de 2008 descritas acima. O que diminuiu muito o seu brilho e o fato do piloto inglês não ter conseguido mais ser campeão nem Felipe Massa teve outra chance de recuperar o título perdido. Até hoje tem muita gente que discute se Lewis Hamilton é campeão mesmo de fato.

Agora, chegamos a 2014. E para o ano que vem, a equipe vai de motor Honda. O mesmo motor que foi um momento áureo para a equipe e principalmente com Ayrton Senna. E também com a volta de Ron Dennis, a equipe promete também um piloto de ponta para disputar as vitórias e voltar a conquistar títulos, que não vem desde 2008 (pilotos) e 1998 (construtores). Agora nestes 30 anos de início de arrancadas de títulos, a equipe busca novamente o seu caminho. É aguardar e ver o que reserva mais futuramente.