sábado, 12 de outubro de 2013

Mark Webber - Enfim, destruído





Bom, gente... hoje vou falar de um piloto que hoje está a poucos GPs da aposentadoria e que muitos o consideram um excelente piloto. O australiano Mark Webber, para muitos, não teve a oportunidade de ser campeão, mas aqui vendo, vou relatar algumas coisas que aconteceram nos últimos anos...

O piloto australiano veio para a Fórmula 1 em 2002, depois de algumas passagens pela Mercedes no FIA GT e depois disputado a extinta Fórmula 3000 (a predecessora da GP2). Webber tinha como padrinho o italiano Flávio Briatore, famoso por empresariar jovens pilotos e lança-los para a Fórmula 1. Logo na sua estréia, pela Minardi, arrancou um surpreendente quinto lugar no GP da Austrália, numa corrida que teve muitos acidentes na largada e que causou a controvérsia de não ter sido interrompida. Foi o grande momento da equipe naquela temporada e Webber deu os únicos pontos da equipe (naquela época só pontuavam os seis primeiros colocados de cada corrida).

No ano seguinte, Webber ganhou a vaga na Jaguar, que teve como companheiro de equipe o brasileiro Antônio Pizzônia. Tava claro e nítida a proteção dada a Webber na equipe. Pizzônia foi demitido por causa de uma ultrapassagem do piloto brasileiro em cima dele, já nascendo ali uma grande inimizade.

O que todo mundo notava em Mark Webber era uma postura arrogante e prepotente do piloto em suas declarações e também o fato dele fazer seu próprio marketing pessoal. Muitos diziam que ele tinha postura e espírito de campeão mundial. O próprio piloto se vangloriava disso e se autointitulou certa vez como “Destruidor de companheiros de equipe”. Mas o nível dos companheiros que ele teve era coisa questionável: Alexander Yoong, Anthony Davidsson, Antônio Pizzônia, Justin Wilson, Christian Klien, Nick Heidfeld foram alguns em princípio de carreira. Todos eles deixaram a Fórmula 1 mais tarde e com a comparação desses pilotos com Webber, diziam que o australiano era sempre o melhor e pronto.



Quando ele assinou com a Williams para disputar a temporada de 2005, o próprio piloto exigiu cláusula para escolher companheiro de equipe e de certa forma até que foi atendido. Tudo isso para vetar Antônio Pizzônia na equipe, onde a BMW acabou dando o veto para contratar Nick Heidfeld. Mas ele entrou na Williams quando a montadora alemã estava saindo da equipe e depois veio a mudança para os fraquíssimos Cosworth, ele viu que fez uma burreira do tamanho do mundo e foi salvo pela Red Bull, que o contratou para guiar pela equipe a partir de 2007.

O problema era a falta de vitórias. A Red Bull nunca vencia corridas naquela época. E eu notava que Webber ainda não tinha encontrado um companheiro de equipe que realmente o desafiasse. Até que a equipe promoveu Sebastian Vettel da Toro Rosso para a equipe principal. Veio Vettel e a equipe começou a ganhar corridas. Mark Webber finalmente venceu uma corrida depois de 130 GPs disputados (o GP da Turquia em 2009), quebrando a marca de Rubens Barrichello como o piloto que mais demorou para vencer um grande prêmio. Veio uma guinada na carreira dele, melhorando da água para o vinho, como diriam muitos.



O ano de 2010 veio e a Red Bull começou sua dinastia. Webber finalmente se lançou como um candidato em potencial à disputa. Parecia que seu ano finalmente iria chegar. Mas ele não tinha o apoio da equipe, onde os dirigentes sempre destratavam Webber quando ele reclamava ou cometia alguma infelicidade. Prova disso ele teve em duas oportunidades: no GP da Inglaterra, quando a equipe optou por dar uma asa nova para Vettel, tendo que fazer Webber correr com o equipamento antigo. Webber ganhou o GP de Silverstone e declarou no rádio: “Nada mal para um segundo piloto.”

A outra prova foi justamente na reta final. Líder do campeonato, ele não teve o apoio da equipe para fazer dele o campeão. Vettel ganhou as duas últimas corridas e virou o jogo, tornando-se campeão sem liderar em nenhum momento o campeonato. A célebre declaração do dirigente da Red Bull de dizer: “Prefiro o segundo lugar a ser campeão com jogo de equipe” soou como um grande golpe de mestre ao final da temporada e de que “venceu o esporte”. Mas a intenção da Red Bull era clara: “melhor perder o campeonato do que ganhar com Mark Webber. Preferimos o Vettel.”



A partir daí, o piloto australiano perdeu motivação e fez várias corridas modorrentas, contrastando com o domínio de Vettel. As vitórias foram se escasseando e o golpe final da equipe foi o GP da Malásia deste ano, onde a Red Bull ordenou aos seus pilotos manterem as posições de pista. Webber liderando e Vettel em segundo. Vettel desobedeceu a ordem e atacou Webber, ganhando a corrida, logo depois sendo blindado pela equipe. Se fosse Mark Webber que tivesse desobedecido a ordem num possível Vettel em primeiro e Webber em segundo, seria demitido naquele momento. Estava claro ali quem era quem mandava na equipe...

Como torcedor, eu me antipatizava muito com ele e suas atitudes arrogantes e todo mundo achando ele certo. Achava-o superestimado pela mídia e dirigentes. A sua postura de “destruidor de companheiros de equipe” me fez pensar numa coisa e desejei algumas vezes: “Espero que ele não encontre um Mark Webber pela frente.”. E ele o encontrou, na faceta de Sebastian Vettel...

Agora, com o fim de sua carreira na Fórmula 1, vai tentar a sorte em 2014 no WEC (o campeonato mundial de Endurance) como piloto oficial da Porsche. Antes, destruidor, acabou no fim sendo destruído, talvez pagando pelo que declarou e como foi o rumo de sua equipe. Ele termina a temporada marcado como um grande piloto que acabou não faturando o campeonato porque as circunstâncias não permitiram. Como outros pilotos que também são lembrados como talentosos, mas sem títulos, como a “gratidão” da Fórmula 1 sempre marcou...

Nenhum comentário:

Postar um comentário