Bom, gente... quem acompanhou a Fórmula 1 nos anos 1980 e 1990 deve
lembrar das disputas e corridas marcantes entre dois pilotos daquela época.
Dois pilotos que marcaram muito gerações de torcedores e que ficaram na memória
as disputas entre eles: estou falando de Nigel Mansell e Ayrton Senna.
Ayrton Senna, dispensa apresentações, marcou muito uma geração de fãs
brasileiros que até hoje relembram as corridas fantásticas que fez durante sua
carreira. Já Nigel Mansell também marcou como um rival a ser batido e que
enfrentou Senna durante algumas temporadas.
Mansell era piloto da equipe Lótus quando Senna começou sua carreira na
Fórmula 1 pela equipe Tóleman. Não poderia imaginar o piloto inglês que Senna
tomaria o seu lugar na equipe ao final de 1984. O inglês acabou indo para a
equipe Williams, onde cresceu como piloto e se lançou como um piloto em busca
de título na categoria.
Os gênios fortes de ambos fizeram acender essa rivalidade,
originalmente nascida de uma fechada de Senna em cima de Mansell no GP Brasil
de 1986 logo na primeira volta. Depois, eles viriam a se engalfinhar algumas
vezes na pista e fora dela também. Mansell ganhou o ódio de muitos brasileiros
também por sua rivalidade com Nelson Piquet, que viria a ser outro rival de
Senna. Quem acompanhou a Fórmula 1 de 1986 a 1992 sabe de que estou falando...
Foram muitas corridas disputadas entre ambos. Quando Ayrton Senna foi
para a McLaren para correr no melhor carro da equipe de todos os tempos,
Mansell se apagou, por culpa de um equipamento inferior dado a ele. Mas em
1989, Mansell meio que ressurgiu, desta vez na Ferrari, tentando se lançar
contra o seu rival...
Essa rivalidade também fez com que surgisse outra peça chave dentro da
disputa: Alain Prost. O então companheiro de equipe de Senna, insatisfeito na
escuderia, resolveu sair, e a Ferrari o contratou. Mansell meio que torceu o
nariz, mas ajudou Prost na disputa contra Senna em 1989 (o ponto alto foi uma
corrida onde Mansell joga Senna para fora da pista, mesmo desclassificado).
Estava crescendo ali a inimizade entre os dois.
Mas logo no ano seguinte, com a dupla Prost/ Mansell na Ferrari, as
coisas não andaram bem, e Mansell começou a reclamar contra Prost, talvez isso
reaproximando Mansell de Senna, das cordialidades e tudo o mais. Mansell e
Senna viveram bons momentos de respeito, até que o inglês voltou para a
Williams e lançou o desafio de derrotar Senna e a McLaren.
Em 1991, ambos disputaram o título, com triunfo de Senna. Mas a McLaren
já não tinha mais o melhor carro, e em 1992, Mansell praticamente dominou a
temporada, não dando chances ao rival, com o Williams FW14B, com todos os
componentes eletrônicos permitidos na época. Senna pouco pôde fazer e também
não escondeu sua insatisfação de ver o rival ganhando todas com o “carro de
outro planeta”.
Terminada a temporada de 1992, Mansell ganha o título com 5 corridas de
antecedência (um recorde para aquela época), 9 vitórias em 16 corridas e 14
poles positions, superando inclusive algumas marcas de Senna. Porém, Mansell
foi meio que traído pela Williams e resolveu buscar novos caminhos.
Mansell optou pela Indy (período Pré-Cisão) e correu na famosa equipe
Newmann Haas. Senna, insatisfeito na época com a Fórmula 1, chegou a fazer um teste
com a Penske, orientado por Emerson Fittipaldo, mas a experiência de Senna
ficou apenas nesse teste. Enquanto Senna lutava contra a Williams de Alain
Prost, Mansell faturava o título da Fórmula Indy naquele ano.
Ambos já estavam em caminhos diferentes quando pintou a morte de Ayrton
Senna em Ímola 1994. Nigel Mansell, longe da Fórmula 1, lembrou dos bons
momentos e da rivalidade que marcou a carreira de ambos, reconhecendo Senna
como um piloto de grande valor. Ainda assim, foi chamado para substituí-lo em
algumas corridas, com 41 anos de idade. A tempo de faturar sua última vitória,
com o mesmo carro que era de Ayrton Senna, seu rival, marcando uma corrida
inesquecível...
Lembro algumas vezes que quando ainda estava vivo, Ayrton Senna
reclamava da Williams durante o início da temporada de 1994, dizendo que não se
sentia confortável dentro da equipe, exigindo mudanças. No final, acabou tendo
o seu fim. Nigel Mansell no ano seguinte, quando foi para a McLaren, também
reclamou de desconforto dentro da equipe. Tanto que se afastou das primeiras
corridas, mas voltou ao cockpit e ficou mais acuado, sendo demitido por uma
imposição da Mercedes, a fornecedora de motores da McLaren. Seja como for, essa
rivalidade marcou muito e deixou muitas saudades com os fãs do automobilismo em
geral, principalmente àqueles que tiveram o privilégio de presenciar essas
disputas...
Outras curiosidades a respeito dessa rivalidade:
1) Ayrton Senna conseguiu 41 vitórias e 3 títulos (1988; 1990 e 1991) contra
31 vitórias e 1 título de Nigel Mansell (1992).
2) Ambos foram companheiros de equipe do italiano Élio de Angelis na
equipe Lótus: Nigel Mansell de 1980
a 1984 e Ayrton Senna em 1985.
3) Ayrton Senna teve sua última vitória no GP da Austrália de 1993
pilotando a McLaren. No ano seguinte, correu na Williams seus últimos grandes
prêmios.
4) Nigel Mansell teve sua última vitória no GP da Austrália de 1994
pilotando a Williams. No ano seguinte, correu na McLaren seus últimos grandes
prêmios.
5) Nigel Mansell e Ayrton Senna correram juntos pela última vez também
no GP da Austrália em 1992. Mansell liderava e Senna vinha na sua cola quando
ambos bateram e abandonaram.
6) Lótus, McLaren e
Williams foram equipes em comum de Nigel Mansell e Ayrton Senna: Nigel Mansell
(Lótus – 1980 a
1984; Williams – 1985 a
1988; 1991 e 1992; 1994; McLaren – 1995); Ayrton Senna (Lótus – 1985 a 1987; McLaren – 1988 a 1993; Williams –
1994).
Nenhum comentário:
Postar um comentário