sábado, 6 de fevereiro de 2016

Saudades das propagandas de cigarro no automobilismo

Bom, gente. Hoje estamos num mundo politicamente correto e muitas ações temos que pensar e repensar para não cometermos burreiras. Os mais jovens hoje não se lembram muito direito, e hoje estamos aí, num mundo onde combate-se o cigarro, citando os malefícios e prejuízos para quem fuma. E eu sou de uma época onde não se tinha esta preocupação. As propagandas de cigarro eram frequentes, principalmente no mundo esportivo.



Até um certo tempo atrás, a indústria de cigarro movimentava milhões em diversos eventos. Lembro de algumas atrações culturais patrocinadas por marcas de cigarro como os antigos Hollywood Rock In Concert (na época em que o Rock´n Rio estava nas suas origens), o Free Jazz Festival, o Carlton Cine, entre outros. Mas a propaganda de cigarro era fortíssima mesmo em eventos esportivos, principalmente o automobilismo.



Nos anos 1980 e 1990, principalmente, as marcas de cigarro injetavam milhões nas pistas e patrocinavam pilotos e equipes. Quando ouvia-se falar nas equipes, tínhamos em mente a tão falada pintura da Marlboro (na Fórmula 1 pela McLaren de Ayrton Senna e na Indy, a Penske de Emerson Fittipaldi), e outras marcas também foram surgindo para se juntar às faladas na época. De repente, John Player Special, Camel, Barclay, Benson & Hedges, Lucky Strike, Rothmans, Mild Seven, entre outras, eram cumuns e em alguns casos associavam as equipes.



Querem um exemplo??? A Lotus nos áureos tempos de glória era da John Player Special, preto e dourado, depois adotou a pintura amarela da Camel. A simpática Ligier tinha os cigarros franceses Gitanes, cuja marca era a cigana dançando segurando um pandeiro. A Zakspeed era dos cigarros Wets. E a McLaren ficou marcada pela pintura Marlboro até os anos de 1990 e logo depois, adotou a pintura preta e prateada da marca West. Outras marcas também foram surgindo com o tempo como a Rothmans na Williams e a Mild Seven na Benetton, entre tantas outras.



E não era só na Fórmula 1 que tinhamos as marcas de cigarro. No antigo Mundial de Marcas, a Jaguar desfilava com os carros com o patrocínio da Silk Cut e na Indy, a Hollywood brasileira chegou a rivalizar com a Marlboro e outras marcas conhecidas somente nos Estados Unidos e Canadá, como a Players e a Kool. A Nascar, a divisão principal da categoria era chamada de Winston Cup, uma marca de cigarros famosa nos EUA.



Na época, era tão levada a sério esta história de marcas de cigarro que durante um tempo virou lei dentro das pistas: Ou você tinha um patrocínio de uma marca de cigarros ou você sequer tinha chances de sobreviver, seja para pilotos ou para equipes.



No Brasil, nossos campeões também tiveram como momentos serem garotos propagandas de marcas de cigarro. Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna durante épocas diferentes ajudaram a fomentar esta indústria, divulgando as marcas de cigarros nas pistas. Outros brazucas como Hélio Castroneves, Tony Kanaan, Rubens Barrichello, André Ribeiro, etc, também tinham cigarros como apoiadores de suas carreiras.



Hoje, é impossível se ter um patrocínio deste tipo... eu lembro destas marcas de cigarro... já vou dizendo que não fumo, mas porque depois que passou esta época, a propaganda de cigarro ficou tão combatida que ficava ingrato associar pilotos campeões com propagandas deste tipo. E depois de um certo tempo, não se tinha mais sentido ter este tipo de patrocínio. Hoje parece que as marcas de bebidas energéticas é que estão mais em evidência. Mas mesmo assim, vale a pena rever estas ações por puro saudosismo mesmo. É recordar e viver...

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