Bom, gente. Nesta última semana aconteceram muitas coisas no nosso futebol, mas um assunto que não me sai da cabeça nestes
dias foi a ida de Paolo Guerrero para o Flamengo, transação já concretizada.
O
que me chama a atenção, num mundo onde já não se tem mais o amor pela
camisa, foi o fato deste jogador, ter feito muitas
declarações de que jamais vestiria uma camisa de outro clube brasileiro
e depois reclamando de seus direitos de que ele merecia ganhar mais,
numa época de crise e recessão, ele falando de que, pelo que ele fez
pelo Corinthians, merecia sim ser valorizado e
que o time resolveu abrir os cofres para outros jogadores que renderam
abaixo do esperado (resumindo: não fizeram pôrra nenhuma no time e
ganhavam salários mais altos para ficarem no banco).
Como
não houve acordo entre Diretoria do Timão e o jogador, Guerrero foi
liberado para atuar em outro clube, mas o que
me chama a atenção é que no Flamengo, ele acertou por um valor menor do
que ele pedia no Timão e que aceitou diluir suas luvas em parcelas
iguais. Ou seja, para o Timão, ele queria receber à vista. Mas em outro
clube, ele aceita ceder dali e daqui para realizar
o sonho dos flamenguistas de “vestir o manto sagrado”, como a torcida
deles sempre se vangloria e fala sobre seu time, dizendo sempre que “o
sonho de todo jogador é jogar pelo Flamengo no Maracanã lotado e dar
alegrias a maior torcida do mundo”, e coisas assim....
Esta
situação me fez lembrar a de Rivaldo nos anos 1990. Era uma promessa do
Mogi Mirim que estava atuando e se destacando
no Corinthians, mas estava no time emprestado apenas. Rivaldo fez boas
atuações com a camisa do Timão, mas o time não tinha como pagar o que o
Mogi Mirim pedia pelo passe de Rivaldo. Eis que o Corinthians resolve
depois de inúmeras tentativas fracassadas de
manter o jogador, desistir dele. Depois disto, o Mogi Mirim aproveitou
uma proposta menor da Parmalat e aceitou vendê-lo, para reforçar o
Palmeiras. O resultado foi que na final do Brasileiro de 1994, ele comeu
a bola e com a camisa do Porco, enterrou o Timão
naquela decisão marcando três gols em cima da gente. Caiu nas graças do
Palmeiras e depois proferiu palavras de ódio ao Timão, dizendo que não
foi valorizado enquanto jogador do Corinthians.
Agora,
vem a mesma história com Paolo Guerrero. Já to até imaginando
Corinthians x Flamengo em Itaquera, a torcida corinthiana
vaiando e xingando o Guerrero de mercenário, ele vai lá e marca o gol
da vitória do Flamengo, calando a torcida e provocando nosso time. Pra
depois, a imprensa maldita pegar dele uma declaração de que ele saiu com
raiva e ódio do Corinthians porque não valorizaram
o que ele fez de bom enquanto jogador do Timão.
Pois
bem, Guerrero. Vá com Deus... a torcida do Corinthians será lhe
eternamente grata pelos gols que marcou com a nossa
camisa, principalmente aqueles no Mundial de Clubes de 2012 no Japão e
pela vitória em cima do Chelsea ING na grande final. Mas agora temos que
pensar na gente. Os jogadores sempre passam, mas o clube é que fica
neste momento. E agora é procurar tocar o barco
em frente e nos acostumar a enfrentar um jogador que sempre deu
alegrias para o nosso time, como muitos outros ídolos com passagem
marcante pelo Timão fizeram. Agora eu quero ver os mesmos flamenguistas
que tinham inveja e defenestravam o Guerrero agora ter
coragem de te aplaudir. O povo tem memória curta mesmo. E são estes
mesmos torcedores flamenguistas que antes falavam que você era um cabeça
de bagre, agora vão querer te endeusar e te naturalizar para jogar na
Seleção Brasileira.
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