terça-feira, 19 de julho de 2011

O que faz um torcedor odiar um piloto


Imagem

Bom, gente. Depois de um bom tempinho afastado das minhas colunas, venho desta vez expor ou tentar buscar o que faz uma razão ou razões de ódio a determinados pilotos. Seria antipatia pura??? Santo não bateu??? O fato dele ser estrangeiro? Exposto demais à mídia??? Ou seria simplesmente (os mais malucos vão me crucificar), os signos???? (bom, tem doido que acredita).

A verdade é que percebo que muitos pilotos de várias categorias pegaram ódio mortal ou um grau de antipatia elevado e isso acaba muitas vezes refletindo nas corridas. A gente simplesmente não vai com a cara de determinado piloto ou porque ele aprontou alguma que um fã mais exaltado não esquece, como por exemplo, as encrencas que o Fernando Alonso se envolveu. Pivô de dois escândalos, segundo seus odiadores, ferrou Felipe Massa e impediu que ele conquistasse mais um título para o Brasil. Talvez movido por essas razões também a gente acaba muitas vezes sempre desejando que o piloto que a gente odeie se ferre de um jeito ou de outro. Vendo muitos fóruns de debate, a gente percebe um nível de ódio para quem principalmente está vencendo as corridas. Não é interessante por exemplo odiar um Adrian Sutil com Force Índia porque este ainda não está vencendo corridas. Tem que ser da turma que tá ganhando.

Imagem

Eu fico imaginando o quanto de gente que passou a odiar Michael Schumacher simplesmente porque ele ganhava tudo e seu companheiro de equipe ficava com as migalhas. Mesmo Schumacher teve seus adversários que também eram odiados, muitas vezes por Schumistas roxos que ficavam com inveja porque esses adversários eram taxados como potenciais anti-Schumacher. Não ganharam títulos, mas só a simples oposição que fazia para Schumacher já dava como taxados a ódio. Exemplo: Juan Pablo Montoya. Colombiano que chegou fazendo furor, muitos o discriminavam e faziam piadas ofensiosas por causa da nacionalidade dele.

Hoje na Fórmula 1 temos Vettel, Webber, Alonso, Hamilton, Button e muitos outros. Mas hoje temos uma facilidade de acompanhar as notícias de bastidores graças à Internet, uma ferramenta que aliou a informação e que nos deixa por dentro da notícia. Basta um piloto fazer uma declaração infeliz, já o malhamos e crucificamos como se ele fosse o maior FDP da história da face da terra. Afinal, a gente é fã, e como fã, a gente que odeia determinado piloto, tem que bater numa tecla pra mostrar pros outros o grau de filhadaputice desse piloto que a gente tanto odeia. Quantas vezes não xingamos Mark Webber, que se autodeclarou “o destruidor de companheiros de equipe”, não xingamos as reclamações de Rubens Barrichello, os pítis de Ralf Schumacher, as declarações arrogantes de Danica Patrick e a mídia sempre insistindo que ela se encaixaria perfeitamente nesse circo. E encaixaria mesmo. A Danica tem todos os predicados possíveis para ser uma estrela da Fórmula 1. Mas ela não quer. E se ela tivesse lá??? Seria a queridinha (já não tão queridinha assim da Indy) na Fórmula 1???

Imagem

Mesmo entre os brazucas, ainda temos sentimentos de ódio a determinados pilotos. Nelson Piquet e Ayrton Senna, de grande rivalidade, tem seus descendentes xingados e odiados porque não honraram os sobrenomes famosos. Assim como Rubens Barrichello e Felipe Massa, que não conseguiram dar títulos para o Brasil, viraram armas de expelição de ódio, muitos deles pediram até a morte deles porque seria diferente se tivesse acontecido e os torcedores não se envergonhariam de nossos representantes. Na Indy, Tony Kanaan, que até ano passado tinha rejeição quase zero, passou a ter uma legião de odiadores por causa que brigou com Danica Patrick dentro da equipe e foi expulso de lá. Até mesmo Cacá Bueno virou alvo de ódio mortal de torcedores extremistas. Pecado: ser filho do Galvão Bueno.

Imagem

E pensar que esse universo de ódio é só exclusivo de homens??? Ledo engano. As mulheres também tem sua legião de odiadas. E não é por mulheres. Um exemplo: Danica Patrick. Ela desperta amor e ódio por causa de suas atitudes extra-pista e muitos contestam sua verdadeira habilidade nas pistas. Só que a chegada dela abriu as portas para muita gente, mas várias pilotos sofrem com as comparações com a Danica Patrick e querem que elas superem a Danica. Por exemplo: Katherine Legge, discriminada porque se debandou para a Champ Car, queriam fazê-la a Danica de lá. Legge não deu conta do recado e aí vieram os críticos. Agora a Simona de Silvestro e a Ana Beatriz sofrem com esse ódio. A Simona chegou discretamente numa equipe pequena mas ainda não tem consistência. A Bia, coitada, de Danica Patrick do Brasil passaram a chamá-la de Milka Duno tupiniquim. E a Pippa Mann, só porque atrapalhou o Tony Kanaan em Indianápolis, já crucificaram-a a torto e direito jogando nela a culpa do Tony não ter vencido.

Agora, o novo odiado é o Daniel Ricciardo. Guri novo, a Red Bull lhe deu de presente de aniversário uma vaguinha na Hispania, para ele ganhar experiência. Mas já ganhou críticos por simplesmente forçar a barra para sua estréia e que pode ser no futuro, um campeão em potencial e provável taxado de odiado. Ah, os tempos que a gente odiava apenas o Prost, somente porque ele era rival do Senna...

Imagem

Hoje, tanto na Fórmula 1 quanto na Fórmula Indy, principalmente essas duas, temos nossos favoritos a ódio mortal. Não vale desejar uma boa corrida. Você tem que torcer para que seu desafeto principal se ferre na corrida, de um jeito ou de outro. E que as próximas corridas a gente confirme realmente o que essa tese minha ensina.