domingo, 9 de outubro de 2011

Estou cansado desta Fórmula 1



Bom, gente. Terminado praticamente o campeonato de 2011, com o título assegurado de Sebastian Vettel, confesso que não tive tesão de acompanhar a corrida do Japão que decidiu essa parada. Os motivos são muitos mas de um modo geral eu peguei um desgosto pela Fórmula 1 de uns tempos para cá (não se trata de morte de um certo brasileiro como muita gente prega e justifica o fato de não assistirem as corridas), mas principalmente da era Schumacher pra cá, o meu ânimo em assistir foi se esvaindo por n motivos.
Pra mim, a Fórmula 1 do jeito que tá, foi praticamente uma gota d´água. Ver o resultado final e saber que apenas 1 carro abandonou a corrida me faz lembrar de uns tempos em que eu ficava ali todas as corridas, vendo o que poderia acontecer de inusitado e imprevisível em cada carreira. Pois é... de uns tempos pra cá, a Fórmula 1 ficou mais artificial, basta o piloto entrar no cockpit, correr e terminar a corrida. Não tem mais graça. A máquina se transformou em peça essencial mais do que o piloto. Não se encontra mais aquele piloto que gostava de ajudar a acertar o carro, de trocar acertos, de estratégias criativas. As equipes lançavam os carros livremente e a criatividade de cada projetista imperava. Hoje as equipes e a categoria é que já definem as estratégias para os pilotos e eles têm que simplesmente obedecer. Não há mais aquela empolgação de ver um piloto partir para uma estratégia de seguir a corrida sem parar nos boxes contra aquela equipe que parte pra uma parada, por exemplo, pneus frios contra pneus gastos.
As equipes também mudaram suas concepções de ver a Fórmula 1. E lembrar que antigamente a gente xingava as equipes rejects que brigavam com as poucas armas que tinham para ver se conseguiam um mísero pontinho (um ponto era um sexto lugar na época) e faziam festa quando atingiam esse objetivo porque um ponto já faziam elas fugirem do fantasma da pré-classificação que assolava as pequenas na época, hoje as novatas que entram não tem competência para ficar entre as 15 primeiras numa classificação final mesmo com a mudança de critério de pontuação e todo mundo acha que elas são importantes para o esporte. Veja o exemplo da Hispania e a Marussia Virgin. Arrastando-se lá atrás, principalmente a Hispania, tem que fazer de tudo para ela correr, coisa que não fizeram, por exemplo com a Super Aguri, que foi fechada simplesmente porque tava dando côro na Honda... pois é... a Honda dava vexame lá atrás e a culpa era da filial.
E todo ano, a expectativa é sempre a mesma: lançam os carros no começo do ano, vejo as pinturas novas nos carros, até nos capacetes (até isto o piloto perdeu sua identidade) pra no final, sempre o mesmo: é Ferrari contra McLaren e de vez em quando uma Red Bull intrometendo-se. E quando o campeonato não tem briga de Ferrari contra McLaren, vem neguinho chiar falando que o campeonato é fraco e nivelado por baixo. Aliás, virou-se uma tona terminar o campeonato, piloto ficar com o título e vem um chato de galocha reclamar: campeonato foi fraco, resultado final foi armado, teorias de conspiração rondando por aí e vem questionar a legitimidade do campeonato que teve esse final. Muito neguinho ficou acostumado a ver Senna e Schumacher vencerem, que pra eles, qualquer outro campeão só o foi porque teve carro, foguete que “até macaco se dá bem guiando nele”.
E o que dizer dos pilotos??? Antes, eles eram de vários tipos. Mas hoje, ao invés de se valorizar os pilotos pelas vitórias e títulos, valorizam-se pela: arrogância, pela cachaça, por mandar TNC certas pessoas, para passar a perna em cima de outro e se achar o máximo, por F**** um monte de mulher, até por dar muita gente diz e gente acha lindo. E os pilotos??? Antes eles eram mais unidos, amigos, respeitavam um ao outro. Hoje é norma contratar pilotos que se odeiam, que não gostam de ser amigos um do outro. Várias duplas são assim nos dias de hoje. Ninguém gosta de ninguém. Já já será obrigatório contratar pilotos que se odeiam tanto a ponto de cometerem assassinato de terceiro grau.
Pois é... essa fórmula 1 mais artificial e mecânica está caminhando para mais buraco ainda. Antes, eu tinha prazer, até brigava em casa por causa da minha paixão pelas corridas, mas hoje não acho motivos para continuar gostando da categoria do jeito que está. Não estou pedindo para voltar aos tempos de antigamente, de botar todo mundo com carros que hoje parecem monstros de highlander os carros e recursos que eram nas décadas passadas. Mas muita gente vai ler essas linhas e me achar um velho esclerosado por repetir tudo isto. Mas tudo bem. Como disse no título desta coluna. Estou cansado desta Fórmula 1.
É... devo estar ficando velho mesmo...