quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Kart Cuiabano - Senhor Tempo Bom...

Bom, gente... muitas vezes costumo falar bastante sobre Automobilismo e outros esportes nas minhas postagens, mas desta vez eu vou reservar algumas linhas para eu poder falar das minhas lembranças que eu vivia num tempo bem passado, mas até que recente...





Lembro que cheguei de mudança junto com a minha família em Cuiabá, capital de Mato Grosso, mais precisamente perto do Natal de 1983 quando eu tinha apenas oito anos de idade e logo veio à adaptação e a conhecer o que que a chamada Cidade Verde tinha de bom... e notei que a cidade na época tinha algumas poucas opções de entretenimento... e curiosamente o Kart Cuiabano, na época, um saudoso amadorismo, estava despertando a curiosidade... pensei... nunca vi corridas de Kart, e então, eu resolvi então conhecer esta novidade...

Juntamente com meu irmão e minha irmã mais velhos, na época jovens que estavam entrando na fase adulta, eu era o pirralhinho da família,  fomos descobrindo este esporte... e a diversão era garantida... as corridas eram realizadas nas ruas mesmo do Centro de Cuiabá, perto de alguns pontos onde a juventude freqüentava as suas baladas da época... afinal, tínhamos uns prefeitos bem legais que interditavam os points pelo menos uma vez por mês para assegurar a realização destas corridas... nem era preciso dizer que a segurança nestas pistas improvisadas era pouquíssima, mas a torcida lotava as beiradas de calçadas, separadas somente por uma cordinha que delimitava a rua da calçada e as máquinas preparadas ali mesmo nas calçadas e os pilotos acelerando mesmo com a cara e a coragem... era preciso mesmo muita coragem dos pilotos se arriscando nas ruas da cidade e os torcedores também se arriscando naquelas beiras de calçadas, correndo um risco de sofrerem um acidente caso um dos karts escapasse para fora da pista... engraçadinhos atravessarem as ruas na frente dos karts em movimento eram muito comum e dava uma sensação enorme de adrenalina tanto para os pilotos quanto para os torcedores...

Nós éramos muito felizes mesmo... a gente podia tirar fotos dos karts, dos pilotos, das máquinas em movimento e tudo o mais... era uma época muito boa mesma... o kart cuiabano cresceu tanto que o Kart Clube local viu a necessidade de se construir um kartódromo... afinal, era um perigo para todos a continuidade das corridas nas ruas e também o sucesso era enorme e estava crescendo numa grande escalada...

Nos anos 1990 praticamente tivemos o auge do Kartismo Cuiabano... finalmente foram inauguradas as pistas em Cuiabá e Várzea Grande, e com o tempo, fomos fabricando ídolos... nomes como Silvinho Montanha, Disney Rochembach, Éder D´agostini, Marlon Ursinho, Fernando Martins, Alexandre Pozzobom, entre outros, eram sempre lembrados pelos fãs do esporte local... até mulheres competiam aqui e davam muito trabalho para os marmanjões, como foi o caso da Sandra Barbosa Martins, que se fosse ver, poderia ser considerada uma “Danica Patrick Pantaneira” (Para quem não conhece, Danica Patrick é uma piloto norte americana com passagens boas na Fórmula Indy e na Nascar)... e também podíamos praticar o esporte... na segunda metade desta década, veio a febre do Kart Indoor, onde você podia pagar para correr por um determinado espaço de tempo em pistas dentro de galpões em vários pontos da cidade... Participei de muitas corridas onde eu pagava R$ 30,00 e tinha direito a usar macacão, capacete, protetor e corria por uma bateria de trinta minutos... era a minha grande ostentação da época... como não tinha dinheiro para ir todo final de semana, eu acabava indo uma vez por mês... era uma época muito boa mesmo...

Mas, como dizem por aí, as coisas boas um dia acabam, e infelizmente no virar da década de 1990 para os anos 2000, o kart cuiabano iniciou seu declínio... a pista cuiabana, infelizmente acabou fechando no final de 2001, e até que foi uma boa festa, mas que depois do fechamento da pista de Cuiabá, que ficava no bairro do Carumbé (você tinha que percorrer a atual Avenida Dante Martins de Oliveira, na época era chamada de Avenida dos Trabalhadores), e depois da última corrida, ela finalmente fechou e o terreno, vendido.

Vou contar uma pequena historinha que pode parecer loucura, mas que achei que foi determinante para o fechamento da pista e enterrar de vez o kartismo cuiabano, pelo menos para mim... era Dezembro de 2001 e nesta época eu estava desempregado. Como não tinha nada o que fazer, resolvi ir assistir a corrida que estava marcada neste dia... eu estava super feliz e empolgado, tirando bastante fotos dos karts, das corridas e de algumas moças lindas que desfilavam pelos boxes... achava que estava fazendo a coisa certinha e cuca fresquinha no evento...

De repente, uma dessas dondoquinhas metidinhas e que se acham as tais, vieram querer me questionar porque eu estava tirando fotos a torto e direito e inclusive uma delas queria chamar o marido para tirar e confiscar a máquina fotográfica de mim, querendo dar uma de machões por causa de alguns rabos de saia, achando que tinham o direito de fazer assim... o pessoal começou a se achar tanto, querendo dar uma de gostosos pra cima de mim e aquilo foi me subindo no sangue... consegui ficar com a máquina intacta, mas a partir dali, putíssimo com tamanha ofensa, agourei tanto e decretei para mim mesmo: “Tomara que essa merda acabe logo de uma vez e que o esporte afunde!!!!!”...

Isso mesmo... desde esta declaração, nunca mais ouvi falar de Kart Cuiabano e o esporte, sem a sua pista, acabou decaindo de vez e sumindo praticamente da mídia... hoje quase não se fala mais de kart cuiabano e os pouquíssimos lugares onde se pratica o esporte são em pontos decadentes, com máquinas defasadas, sujas e caindo aos pedaços, sem segurança nenhuma... até pouco tempo atrás inclusive tentamos o pessoal do meu local de serviço marcar um dia para a gente se divertir, mas as condições precárias e a falta de segurança eram tantas que acabamos desistindo...

Hoje o kart cuiabano é apenas uma lembrança para mim, de um tempo onde não se tinha tantos estrelismos e que até um certo amadorismo doce e puro suspira na minha mente... se eu sou considerado um dos responsáveis por essa decadência toda, eu não sei... mas tenho certeza de que o Kart Cuiabano acabou sepultado de vez depois daquele Dezembro de 2001 para mim... mas vale a pena lembrar das coisas boas deste tempo bom, que não volta nunca mais, como diria a música de Thaíde e DJ Hum... ou será que volta????

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

E se Conmebol e Concacaf se fundissem...

Bom, gente... mais uma vez eu estou aqui viajando com meus exercícios de imaginação e estava pensando nessas épocas de jogos de eliminatórias para a Copa do Mundo... sobre as duas confederações de futebol das Américas: a Conmebol (América do Sul) e a Concacaf (América no Norte, Central e Caribe). Muitas vezes eu penso comigo mesmo e analiso: a Conmebol tem as seleções mais fortes que são sempre favoritas para a disputa dos principais torneios e a Concacaf, o futebol das seleções que são filiadas a ela é meia boca se comparadas com a Conmebol.

Conmebol e Concacaf juntas um dia: seria possível uma Conafut????


Então estive aqui pensando: em quase todos os esportes, têm uma Confederação só das Américas. Por que que no futebol tem que ser diferente???? Não era pra então fundir as duas confederações e fazer uma só???? Claro que isto não vai acontecer tão cedo porque interesses de uma e de outra se sobressaem como peso de tradição, dinheiro, distância de países (já imaginou um dia a seleção brasileira ter que viajar para as Bahamas, por exemplo????) e cada uma delas apenas olha para o seu próprio umbigo. A Conmebol não quer porque teme que as seleções da Concacaf cresçam e rivalizem com elas. A Concacaf não quer porque tem medo de suas seleções levarem um senhor dum côro das seleções da Conmebol e perder representatividade, entre outras coisas mais...

Mas aí pensando bem eu estava aqui analisando: se eles resolvessem fazer uma Confederação somente e juntar todas as seleções filiadas, teríamos uma senhora duma Confederação, que poderia até ficar tão numerosa quanto às outras demais Confederações espalhadas por aí: tomo como base, por exemplo, a UEFA, que hoje têm 55 delegações filiadas.

Caso realmente Conmebol e Concacaf resolvessem se unir, esta nova Confederação se chamaria algo tipo, por exemplo: Conafut (Confederação Americana de Futebol) ou outra sugestão qualquer. No caso de torneios de clubes, hoje temos a Libertadores da América (Conmebol), que vai passar a ter 44 seleções; a Liga dos Campeões da Concacaf, que tem 24 seleções segundo os critérios dela. Com uma possível fusão, poderíamos ter dois torneios paralelos que nem ocorre com a UEFA que tem a Champions League e a Liga Europa. De repente, o principal torneio da Conafut seria uma Champions League das Américas, com, por exemplo, 92 times divididos em fases preliminares e uma Fase de Grupos com os melhores 32 clubes se enfrentando. E o outro torneio seria uma Liga América de Clubes, nos moldes da Copa Sulamericana ou da Liga Europa, por exemplo.

Mas e quanto a seleções???? Bom... os torneios continentais temos a Copa América (Conmebol) e a Copa Ouro (Concacaf), além da Copa do Caribe... juntando todos os torneios, poderia até imaginar um torneio com todas as seleções divididos em Fases Preliminares. Para tirar as dúvidas, atualmente a Conmebol têm 10 seleções filiadas à FIFA e a Concacaf têm 35 seleções filiadas à FIFA, fora algumas poucas que são filiadas à Concacaf, mas por regras não podem ser filiadas à FIFA. De repente, juntar todas estas seleções, dividir em fases preliminares de acordo com a região e fazer uma Copa América Unificada com 24 seleções na Fase Final, sendo disputada de acordo com os moldes da Eurocopa, por exemplo, com este torneio sempre acontecendo de quatro em quatro anos, de preferência um ano após cada Copa do Mundo.

E quanto às Eliminatórias para cada Copa do Mundo???? Eu pensei numa idéia assim: segundo o regulamento da FIFA, nas Eliminatórias só podem estar aptos à disputa aquelas seleções que são filiadas à FIFA. Como te falei antes, neste caso seriam 10 seleções da Conmebol e 35 da Concacaf, totalizando 45 seleções. A Fórmula de disputa seria a seguinte:

1 – Primeiro uma Fase Preliminar envolvendo aquelas seleções que estão entre 36º a 45º no Ranking da FIFA pela provável Conafut, totalizando 10 seleções, ou seja, as piores neste mesmo Ranking. Essas seleções jogariam em sistema mata-mata, ida e volta, sendo divididas em cinco confrontos. Os vencedores destes confrontos se classificariam para a Segunda Fase. Nesta fase, cada seleção faria dois jogos.

2 – Na Segunda Fase, entrariam as 35 seleções pré-classificadas do Ranking entre as posições 1 a 35 e se juntariam a elas as outras cinco vencedoras da Fase Preliminar, totalizando assim 40 seleções. Essas 40 seleções seriam divididas em 8 grupos de 5 seleções, onde elas jogariam dentro de seus grupos em turno e returno. As duas melhores seleções de cada grupo, totalizando assim 16 seleções, se classificariam para a Fase Final. Nesta fase, seriam dez rodadas, onde cada seleção faria oito jogos, podendo folgar em duas rodadas.

3 – E a Fase Final, onde as 16 seleções remanescentes seriam divididas em 4 grupos de 4 seleções cada, também jogando em turno e returno dentro de seus grupos. Classificariam para a Copa do Mundo as duas melhores seleções de cada grupo, totalizando 8 seleções, o número de vagas que a provável Conafut teria de direito. (*) Nesta fase, seriam seis jogos que cada seleção faria dentro de seus próprios grupos.

(*) – Vale lembrar que a atual divisão de vagas pela FIFA reservam à Conmebol 4 vagas diretas e 0,5 vaga (esta para ir para Repescagem Intercontinental) e à Concacaf 3 vagas diretas e 0,5 vaga (esta para ir para a Repescagem Intercontinental). Se somar as 4 vagas da Conmebol, as 3 da Concacaf e juntar as meias vagas de cada um deles, ficariam ao todo 8 vagas, um número razoável de vagas se comparado à UEFA, por exemplo, que tem direito a 13 vagas para 55 seleções e outras seleções de confederações menos tradicionais como a CAF (África) que tem direito a 5 vagas e a AFC (Ásia) que tem direito a 4 vagas e 0,5 de repescagem.

Neste sistema de Eliminatórias pela provável Conafut, caso uma seleção disputasse todas as fases, fariam no máximo 16 jogos como caminho para chegar até uma Copa do Mundo. Vale lembrar que pelo sistema que vigora hoje, na Conmebol, cada seleção joga 18 partidas, e no caso do quinto colocado, ele disputa ainda mais duas de repescagem, totalizando 20 partidas. Na Concacaf, as seleções são divididas em Fases Preliminares e as melhores só entram a partir da Fase Semifinal. Se uma seleção chegasse ao Mundial disputando todas as fases de disputa desde o começo, ela teria jogado até 22 partidas. Ou seja, numa provável fusão entre as duas Confederações, as seleções jogariam menos partidas. Uma economia de dinheiro, de datas FIFA e além disto, menos desgaste para jogadores e comissões técnicas.

Pois bem, pra finalizar, seria possível sim uma fusão destas duas Confederações e fazer uma só. Talvez isto pareça um pouco utópico para a visão de muitos... mas como sonhar não custa nada, quem sabe um dia isto acabe se concretizando... é esperar e ver...



domingo, 25 de setembro de 2016

Doze campeões da Fórmula Indy que nunca ganharam as 500 milhas de Indianápolis

Bom, gente... temporada da Fórmula Indy já acabou e estive aqui pensando: para mim, a Fórmula Indy é dividida em dois campeonatos. As 500 milhas de Indianápolis eu considero um campeonato à parte do restante da temporada, pois a Indy 500 é que tem um charme especial, pois durante quase um mês, as equipes da Indy se preparam melhor para a principal prova da categoria. E eu tenho reparado que o pessoal dá muito mais valor às 500 milhas do que necessariamente à Fórmula Indy, sendo melhor reconhecido o piloto que ganha a tradicional prova do que ganhar todo o campeonato. Por isso mesmo, listei alguns pilotos que foram campeões da Fórmula Indy, mas nunca venceram a tradional prova do automobilismo norte-americano. Então, lá vai esta lista:

MICHAEL ANDRETTI - Estreou na categoria em 1983 como o filho de Mario Andretti. Michael detém os recordes de vitórias da Fórmula Indy (juntando todos os períodos) até 2007, e foi campeão da categoria em 1991. No entanto, como piloto, jamais venceu a Indy 500, colecionando histórias de insucessos que tanto perseguem a família Andretti. Seu melhor resultado como piloto foi um segundo lugar na edição de 1991. Porém, como chefe de equipe, Michael teve mais sorte e sua equipe venceu a prova em quatro oportunidades.

Michael Andretti durante a Indy 500 de 1991...


NIGEL MANSELL - O "leão", famoso pelos seus pegas contra Ayrton Senna e Nelson Piquet na Fórmula 1, chegou a disputar a Fórmula Indy nos anos 1990 e foi campeão da categoria em 1993 desbancando Emerson Fittipaldi no campeonato. Porém, para a título de Indy 500, Mansell disputou a prova apenas duas vezes e teve um terceiro lugar em 1993 como melhor resultado.

JIMMY VASSER - Veterano da Indy no período pré-cisão e na época da CART-Champ Car, Jimmy disputou algumas edições da Indy 500 e teve dois quartos lugares (1994 e 2001) como melhores marcas na corrida. Assim como Michael Andretti, Jimmy Vasser tem uma vitória na prova como dono da equipe KV em 2013 com Tony Kanaan.

BUZZ CALKINS - Este disputou a IRL desde a primeira corrida da categoria até 2001 e foi um dos campeões da temporada inaugural da nova categoria em 1996. Porém, Calkins não teve tanta sorte a título de Indy 500 e o melhor resultado dele foi em 1998, atingindo o décimo lugar, sempre como dono de sua própria equipe.

SCOTT SHARP - Começou na Fórmula Indy ainda no período pré-cisão em 1994 e depois foi para a IRL em 1996. Dividiu o título daquele ano com Buzz Calkins, mas em termos de Indy 500, teve resultados um pouco melhores. Sharp foi pole position na corrida de 2001 e atingiu sua melhor participação em 2007.

Zanardi, campeão na CART-Champ Car, mas sem participações em Indy 500...


ALEX ZANARDI - Campeão da Fórmula Indy pela extinta CART-Champ Car em 1997 e 1998, o italiano acabou pagando pelo fato da categoria não estar correndo as 500 milhas de Indianápolis naquele período. Por isso mesmo, Zanardi nunca teve o gosto de disputar a tradicional prova do automobilismo mundial, com suas chances de participar inclusive foram sepultadas com o acidente em Lausitz 2001 fazendo perder suas pernas e encerrar sua carreira para monopostos.

TONY STEWART - Foi campeão da Fórmula Indy pela IRL na temporada 1996/97 (aquela temporada começou em Agosto de 1996 e só foi terminar em Novembro de 1997). Na sua edição de estréia da Indy 500, herdou a pole conquistada por Scott Brayton por causa da morte do seu colega de equipe e participou de algumas edições até se transferir definitivamente para a NASCAR. Seu melhor resultado na Indy 500 foi em sua última edição disputada no ano de 2001, cravando um sexto lugar.

GREG RAY - Piloto que disputou a IRL entre 1997 e 2004 sendo campeão em 1999, ficou famoso na categoria por ressuscitar o número 13, até então, proibido na categoria por questões de superstição. E foi justamente na edição de 2003, guiando um carro 13, que ele obteve o melhor resultado na Indy 500, um oitavo lugar. Greg Ray ainda foi pole position em 2000.

Greg Ray ficou famoso por ressuscitar o número 13 na Indy 500...


CRISTIANO DA MATTA - Campeão da Fórmula Indy em 2002 pela extinta CART-Champ Car, assim como Alex Zanardi, nunca disputou a Indy 500, mas tem uma explicação: o próprio piloto abriu mão de disputar a prova para aceitar um convite de ir para a Fórmula 1 pela equipe Toyota. Da Matta correu na Fórmula 1 em 2003 e 2004, voltando à Champ Car em 2005, mas aí um acidente num teste em Elkhart Lake, onde atropelou um cervo, acabou deixando-o em coma por uns dias e encerrando a sua carreira para monopostos na hora. Hoje o piloto corre na Fórmula Truck Brasileira.

SEBASTIÉN BOURDAIS - Foi o último campeão da extinta CART-Champ Car, faturando o tetra campeonato de 2004 a 2007. Porém nas 500 milhas de Indianápolis, o piloto francês não demonstrava ter a mesma competência para o campeonato. O seu melhor resultado foi um sétimo lugar em 2014.

WILL POWER - Um dos pilotos que disputava da extinta CART-Champ Car, o australiano foi campeão da Fórmula Indy unificada em 2014. Disputou com isso a Indy 500 entre 2008 até os tempos de hoje, faturando um segundo lugar em 2015 como seu melhor resultado na prova.

SIMON PAGENAUD - Atual campeão da Fórmula Indy, Pagenaud foi outro também vindo da extinta CART-Champ Car. Porém demorou um pouco mais para entrar na Fórmula Indy unificada, fazendo seu debut em 2011. Pagenaud disputou a Indy 500 de 2012 até a última edição e seu melhor resultado foi um oitavo lugar em 2013.

Bom, é isso...

Valeu!!!!

sábado, 17 de setembro de 2016

E se a Bia Figueiredo tivesse chegado até a Fórmula 1...

Bom, gente... uma das coisas que mais me deixam puto com relação à Fórmula 1 é o fato de estarmos há muito tempo sem participação feminina na categoria. A última vez que se tentou fazer uma mulher correr foi com a italiana Giovana Amati em 1992... mas o carro da Brabham era tão ruim, uma equipe que estava indo para a bancarrota e a Giovana também não era assim tão boa o suficiente para ter um mínimo de competitividade na categoria, e a pobre da italiana acabou na época saindo das pistas e fechando as portas para o sexo feminino por um bom tempo. Recentemente tivemos outras duas tentativas para se colocar mulheres na Fórmula 1 que foram a suíça Simona de Silvestro com a Sauber e a escocesa Susie Wolff com a Williams. Mas o que ninguém sabe é que no começo dos anos 2000, o Brasil tinha uma piloto mulher que muitos aqui no país e quem conhecia ela, acreditava que poderia chegar até à Fórmula 1 pelo seu talento natural demostrado nas pistas brasileiras. Estamos falando de Ana Beatriz Figueiredo, ou simplesmente Bia Figueiredo, como ela gosta de ser chamada.

Bia Figueiredo, piloto da Stock Car Brasil

Bia Figueiredo teve ótimas passagens pelo kart brasileiro e logo depois iria para a Fórmula Renault Brasileira, com uma marca muito bem expressiva: Bia foi a primeira mulher a ganhar uma corrida de monopostos no Brasil e a primeira a ganhar na Fórmula Renault em todo o mundo (detalhe: a Fórmula Renault tinha na época várias divisões espalhadas pela Europa). Na última temporada dela, em 2005, Bia encerrou aquele campeonato na terceira colocação geral, com três vitórias e três poles positions. Na época, os especialistas consideravam a piloto como "o Novo Ayrton Senna" (hoje este tipo de declaração seria repudiada pelas feministas de plantão).

Mas, ao contrário do que muitos apontavam, Bia não conseguiu chegar lá. Depois daquele ano fantástico, a carreira dela deu algumas mudanças de direção. Ela foi para a Fórmula 3 Sudam, depois a extinta A1GP (que era uma Copa do Mundo de Automobilismo onde as equipes eram representadas pelos países), passando pela Indy Lights onde tornou-se a primeira mulher a ganhar corridas nesta categoria, alcançou à Fórmula Indy, onde aí sua carreira entrou em declínio e hoje ela está na Stock Car Brasil, contentando-se em ser apenas coadjuvante junto com outros ex-veteranos de Fórmula 1 e Fórmula Indy.

Bia Figueiredo com seu empresário na época, o ex-piloto André Ribeiro

A carreira de Bia Figueiredo, ninguém podia imaginar na época, que terminaria assim dessa forma, pois a própria piloto sempre falava com otimismo das suas chances lá dentro, do sonho de querer disputar freadas e ganhar vitórias e títulos dentro da Fórmula 1... porém, o tempo foi passando, a idade avançando e ela não conseguia sair do lugar. A ida para os Estados Unidos foi uma mudança radical de planos e foi aí que os problemas começaram. Ela começou a adotar uma política de que "a Fórmula 1 era suja e que por isso não estava mais querendo ir pra lá", entre outras declarações mais. Com o destaque na indy Lights, começaram a chamá-la de "Danica Patrick do Brasil", numa alusão a piloto norte-americana que fez grande sucesso por lá, comparando o talento de ambas... porém, Bia começou a sentir o peso da responsabilidade quando ascendeu à categoria principal e as vitórias ficaram deixadas de lado. Bia não se adaptou, começou a andar cada vez lá atrás, e a antes "Danica Patrick do Brasil" virou a "Milka Duno tupiniquim", numa outra comparação à piloto venezuelana que não deixou nenhuma saudade na Indy. O ponto máximo do declínio da Bia foi numa corrida em Detroit em 2013 quando a Bia, sem recursos financeiros, foi substituída por um piloto chamado Mike Conway, que foi chamado para guiar o seu carro pela equipe Dale Coyne, e com o carro da Bia, Conway acabou faturando uma grande vitória e um pódio naquele final de semana de rodada dupla. Detalhe: Conway tinha revelado para a Indy a sua decisão de deixar de competir em circuitos ovais por trauma de duas pancadas fortes nas 500 milhas de Indianápolis que ele sofreu em edições diferentes.

Com isto, foi o fim da Bia Figueiredo nos Estados Unidos e a volta à realidade brasileira. Hoje ela é apenas mais uma na Stock Car Brasil. Mas eu notei algumas atitudes dela nesta caminhada que ela fez e os caminhos. Durante muito tempo, ela tinha como empresário o ex-piloto da CART, o André Ribeiro, o homem que trouxe a Fórmula Renault aqui no Brasil e ele passou a gerenciar a carreira da jovem piloto. A passividade da Bia também era outra coisa que os críticos lembravam. Tudo que perguntavam para ela, ela citava o empresário e vinha sempre com este mesmo bordão; "vou ver o que o André acha!!!", ou seja, o que ele falava, ela acatava sem questionar, sem perguntar nada. Quando não estava guiando nas pistas, estava simplesmente trabalhando nas empresas do André Ribeiro, e ele, na minha concepção de ver, um homem que se gabava de conseguir os melhores lugares nas pistas por estar sempre negociando patrocínios como empreendedor, não conseguiu ter esta mesma visão de negócios quando se tratava de gerenciar a carreira da Bia Figueiredo.

Este poderia ter sido o carro da Bia Figueiredo na Fórmula 1... a Williams...

Ninguém se lembra disto, mas eu ouvi uma história lá em 2005 no Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1. A Fórmula Renault brasileira teve no mesmo final de semana, uma rodada dupla em Interlagos, como preliminar da corrida principal. Os chefes de equipe da Fórmula 1 viram esta corrida e segundo fontes que hoje ninguém mais fala, o Sir Frank Williams, dono da equipe de seu nome, que dispensa apresentações, viu e se encantou com a tocada da Bia Figueiredo. Ele perguntou quem era essa jovem piloto de pouco mais de vinte anos que encantou pela tocada agressiva e pela combatividade naquele final de semana. Isto foi aos ouvdos da própria Bia este elogio e ela contou para o seu empresário, o André Ribeiro. Frank teria feito uma proposta para ela correr para a equipe, mas o André Ribeiro tratou de jogar um balde de água fria. Ele simplesmente disse para a Bia Figueiredo: "Você precisa é adquirir mais experiência na Europa". Sem questionar nem perguntar nada, Bia simplesmente se calou e o Sir Frank Williams acabou "lavando as mãos" neste episódio. Dias depois, o ex-piloto Keke Rosberg (campeão pela Williams em 1982 ganhando apenas uma corrida na sua carreira), ofereceu seu filho para um teste na Fórmula 1. Este filho era um jovem também de pouco mais de vinte anos chamado Nico Rosberg. E hoje Nico Rosberg é um dos pilotos de ponta da Fórmula 1 e está prestes a completar a marca de mais de 200 Grandes Prêmios disputados.

Pois é... Nico Rosberg entrou na Fórmula 1 e a Bia perdeu sua oportunidade, o que foi uma pena... eu penso que se realmente essa proposta para a Bia tivesse sido feita e ela realmente aceitasse essa proposta. Se ela tivesse falado para o André Ribeiro: "Eu quero ir para a Williams. Dá um jeito de me encaixar por lá...",. hoje talvez a carreira dela teria rumado por caminhos diferentes. E vamos supor que o Sir Frank Williams mesmo assim quisesse colocar o Nico Rosberg como titular por influência do Keke, não teria problema... Sir Frank poderia bancar ela numa Fórmula 3 européia por duas temporadas (para ela conhecer as pistas de lá) e depois mais duas temporadas de GP2 (o último degrau antes da Fórmula 1). Aí no mais tardar, sua estréia na Fórmula 1 seria em 2010. E eu até imaginaria a dupla se fosse o Sir Frank: Bia Figueiredo e Nico Hulkenberg (dois pilotos promissores vindos da GP2) e faria com eles um contrato de três anos de duração no mínimo (Nico Hulkenberg foi piloto da Williams em 2010 e cravou uma espetacular pole position em Interlagos, mas foi um talento que Frank largou mão porque precisava do dinheiro da PDVSA de Pastor Maldonado). Teria dois talentos bons que poderiam alcançar resultados razoáveis para a equipe e não precisaria passar por uma crise técnica e financeira tão grave assim primeiro porque dois estreantes na equipe sairiam mais baratos para a equipe do que contratar um veterano em fim de carreira ou pilotos pagantes, como Sir Frank fez no começo desta década. E a presença de uma mulher jovem (Bia estaria com 25 anos se fosse contratada em 2010) na equipe seria ótima para o marketing da Williams, talvez atrairia mais patrocinadores aos poucos. Só era necessário ter paciência com a dupla pois os resultados viriam a um médio prazo e também um bom equilíbro financeiro.

Poderia ser diferente se o André Ribeiro não tivesse desestimulado a Bia Figueiredo ao fazer tal declaração para ela durante o Grande Prêmio do Brasil de 2005... poderia... mas não foi... e por essas e outras que não me conformo com o fato da Bia Figueiredo não ter chegado até à Fórmula 1... quebraria jejuns e também seria um orgulho ver uma brasileira correr na categoria top do automobilismo mundial...



sábado, 13 de agosto de 2016

Mika Hakkinen - um campeão da Fórmula 1 desvalorizado pela categoria


Bom, gente... confesso que esse assunto estava atravessado um pouco na minha garganta por causa de algumas declarações de gente que se diz dona da verdade e que por isto mesmo, eu resolvi escrever para falar de um piloto que competiu na mesma época que Michael Schumacher e que deu bastante trabalho para o alemão principalmente no finzinho dos anos 1990. Estou falando do finlandês Mika Hakkinen.

Os mais novos nem sabem de quem estou falando e por isto mesmo, eu vou relembrar: Mika Hakkinen foi um piloto que desbotou como uma grande promessa do automobilismo mundial em 1991 e aceitou correr pela já decadente equipe Lotus. Durante as duas primeiras temporadas, ele até que fez boas corridas, mesmo andando lá atrás com um equipamento defasado.



As suas atuações chamaram a atenção de Ron Dennis, que viu no jovem finlandês um talento a ser lapidado. Tanto é que o jovem Mika aceitou um contrato para ser piloto de testes da equipe McLaren em 1993, numa fase em que a equipe já não tinha mais os motores Honda que deram títulos à escuderia. Mika acabou ganhando a sua chance de correr para a McLaren no Grande Prêmio de Portugal daquele ano, e logo na primeira corrida, já conseguiu largar na frente de nada mais nada menos do que Ayrton Senna, que estava se despedindo da McLaren e de bagagem arrumada para a Williams Renault em 1994.

Senna foi embora da escuderia e a McLaren passou por momentos difíceis, sem ganhar corridas. Mas Mika Hakkinen acabou ficando e viu-se num grande desafio que era fazer a McLaren, primeiro com motores Peugeot e depois com motores Mercedes Benz a reencontrar o caminho das vitórias. Não foi fácil. Afinal, os críticos não valorizavam o piloto que corria para a escuderia e muitas vezes o classificava com um piloto que tinha talento para destruir carros de corridas. Ele chegou inclusive a ser chamado de "finlandês batedor" por se envolver excessivamente em acidentes e a McLaren até tentou buscar outros pilotos como Nigel Mansell e David Coulthard, pois não confiavam muito em Mika.



Pois bem... lembro que Michael Schumacher no final de 1995 acabou saindo da Benetton e aceitando uma oferta técnica e financeiramente vantajosa da Ferrari. E Mika Hakkinen acabou ficando na McLaren Mercedes. A grande expectativa dos fãs da Fórmula 1 era ver Michael Schumacher trabalhando para fazer novamente a Ferrari campeã, mas de uma certa forma, ignoraram Mika Hakkinen, que quietinho, trouxe a responsabilidade para si e foi trabalhando para que a McLaren reconquistasse as vitórias na Fórmula 1.

O esforço finalmente foi recompensado em 1998 e depois de muito esforço e alguns tropeços, o finlandês acabou faturando o caneco por duas vezes seguidas (1998 e 1999) e em ambas derrotando a Ferrari e fazendo a angústia da equipe de Maranello aumentar na ocasião. Mika, logo depois destes dois títulos, acabou logo depois se aposentando no final de 2001.

Mas o que eu noto é que Mika Hakkinen, mesmo com essas duas conquistas, não é considerado como um campeão de talento puro, segundo a mídia sensacionalista e os brasileiros de plantão... eles preferem enaltecer o grande trabalho de Michael Schumacher com a Ferrari, mas em nenhum momento citam o Mika Hakkinen e o que ele fez para que a McLaren reencontrasse o caminho das vitórias depois da era Senna. Por isso mesmo, acham que Mika Hakkinen só foi campeão por ter tido um carro perfeito em mãos, mas os títulos de Michael Schumacher ostentando excelentes máquinas eles atribuem ao talento do alemão.

E outra coisa que bateu uma raiva com relação ao Mika Hakkinen: ele foi o primeiro campeão pela escuderia depois do Ayrton Senna. E muitos não engolem isto. Porque falar de McLaren, os saudosistas lembram do Ayrton, e vice-versa, não admitindo que outro piloto colha os frutos com a equipe. Diferentemente da Brabham de Nelson Piquet que até hoje tem legião de fãs por causa de Piquet pelo fato da equipe nunca mais ter sido campeã com outro piloto, na McLaren tivemos outros campeões pela escuderia. E isto desperta um pouco de inveja e revolta principalmente dos fãs brasileiros. Talvez porque se Senna tivesse sobrevivido ao acidente de Ímola 1994, os brasileiros estavam sonhando com a intenção de Mika Hakkinen simplesmente somente acertar a McLaren Mercedes e assim que ela estivesse competitiva, o Ayrton Senna resolvesse, num lance de marketing, voltar à McLaren para novamente ser campeão por lá. Quem é que sabe???

Mika não era um piloto polêmico, como muitos pilotos eram. O jovem finlandês não se preocupava em arrumar inimigos. Sempre cuca fresca, na dele, Mika Hakkinen era uma espécie de "Scott Dixon da Fórmula 1" no trato com os seus colegas de pistas. E pensar que teve piloto que achava que quanto mais inimigos ele tivesse na sua carreira, era melhor para o ego dele. E também tem outro ponto crucial sobre Mika Hakkinen: ao contrário de Ayrton Senna, o finlandês era um verdadeiro desastre na chuva, sempre cometendo erros e abandonando corridas nestas condições. Os fãs da McLaren não perdoavam Mika Hakkinen por causa das lembranças das melhores corridas que Ayrton Senna fez com o carro da McLaren debaixo de chuva.

Por tudo isto, eu acredito sim que o Mika Hakkinen fez sim por merecer seus títulos porque ele arregaçou as mangas e trabalhou pesado para conseguir novamente fazer a McLaren campeã. E os títulos foram a recompensa pelo seu trabalho duro e extenuante. Mas infelizmente muita gente acha que ser campeão e ser reconhecido é somente pegar um carro pronto e ganhar as corridas, sem fazer esforço. Seja como for, Mika Hakkinen merece sim estar no meio da galeria dos grandes campeões pelo que ele fez pela McLaren e pela Fórmula 1.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

A maldição da cor verde no automobilismo de monopostos

Bom, gente... estava aqui pensando sobre uma coisa: como que se formam campeões e perdedores???? Tava aqui reparando que de vários carros que foram ganhadores de corridas ou títulos nas categorias de monopostos, algumas cores se sobressaem sobre outras. E eu tenho notado uma coisa: como é que dentre esses carros, quase nunca aparece carros de cor verde???? Seria uma maldição que estaria rondando quem usa esta cor????

Nas superstições e misticismos, o verde simboliza a esperança. E tinha uma época que as equipes tinham cores específicas para cada uma delas. A Ferrari, por exemplo, era (e até hoje é) o vermelho. A Brabham era o azul. A BRM, o preto. A Mercedes, a prata. A McLaren, o laranja. E a Lotus usava a cor verde.

Nos anos 1960, a Lotus ganhava muitas corridas, principalmente com o Jim Clark, ostentando o verde reluzente nos seus velozes carros. Mas esta cor, com o passar do tempo, começou a ter suas vitórias escasseadas. E há um motivo para isto: dizem que quando a Lotus abandonou sua cor tradicional para ostentar o patrocínio da Gold Leaf (uma marca de cigarros), isto tenha sido a causa para que o verde deixasse de ganhar as corridas e passasse a ser agourento. Esta maldição se encontra presente na Fórmula 1 e na Fórmula Indy (não vale para categorias de base ou carros turismo ou protótipos). E vou citar pra vocês alguns casos curiosos de como o verde se tornou uma cor agourenta para quem a ostenta:


O primeiro caso, talvez tenha começado com a Alfa Romeo nos anos 1980. Na época, a Marlboro patrocinava a equipe, assim como também patrocinava a McLaren. No final de 1983, a Marlboro resolveu priorizar a McLaren e a Alfa Romeo teve que buscar outro patrocínio. Foi aí que pintou a Benetton e a equipe passou a ostentar o verde nos seus carros. A equipe acabou fechando as portas no final de 1985 depois que a Benetton comprou a equipe Tóleman.


Porém, antes da Benetton patrocinar a Alfa Romeo, ela estava com a Tyrrell em 1983. Foi neste ano que a simpática equipe do velho Ken Tyrrell obteve sua última vitória na categoria ostentando o verde do patrocinador. Depois disto, a equipe passou a figurar o pelotão do meio para trás até o final dos anos 1990, mesmo já sem a cor verde.

Por falar em Benetton, a equipe ostentava o verde nos seus carros, mas misturava com outras cores. A equipe foi conseguindo poucas vitórias, mas só decolou mesmo como equipe de ponta quando assumiu a predominância da cor azul da Mild Seven, já com Michael Schumacher na equipe.



Outro exemplo de carro de cor verde nos anos 1990 foi a Jordan. A equipe surgiu com uma pintura verde muito bonita graças ao patrocínio da Seven Up. A Jordan teve bons momentos, mas um detalhe curioso merece a atenção: no GP da Bélgica de 1991, a equipe estava indo muito bem com o Andrea de Césaris, que estava pronto para assumir a liderança daquela corrida e o Ayrton Senna estava tendo problemas com a sua McLaren Honda. Parecia ser uma chance de ouro para o italiano. Mas na penúltima volta, seu carro estourou o motor e ele teve que abandonar a corrida, inconsolado pela chance de ouro perdida.


A Jaguar, assim que assumiu o controle da equipe Stewart, tratou de radicalizar. Saiu o branco da equipe antiga e eles colocaram o verde. Pouquíssimos resultados foram obtidos e em 2004, a Jaguar resolveu fechar as portas e a Red Bull acabou comprando a equipe.



O último exemplo de carro verde na Fórmula 1 foi a Caterham. Inicialmente como Lotus Racing, mudou de nome em 2012 e passou todo este período no fundo do grid e sem marcar nenhum ponto, mesmo com o novo critério de pontuação existente. Ficou marcada na história como "a pior equipe da Fórmula 1".


Na Fórmula Indy também tivemos exemplos de carros verdes. Um exemplo curioso foi nas 500 milhas de Indianápolis de 1992, onde a equipe King Bernstein estampou o verde do patrocínio da Quaker State nos seus dois carros. O colombiano Roberto Guerrero chavou uma espetacular pole position nos treinos classificatórios. Mas chegou na corrida, cometeu um erro primário ainda na volta de apresentação e destruiu seu carro. Foi o fim de corrida para ele sem ter largado.


Christian Fittipaldi teve uma única participação na Indy 500 em 1995. E foi com um carro de predominância verde, com o desenho da bandeira do Brasil. Com este carro, faltou pouco para ele vencer. Christian obteve o segundo lugar no final, perdendo apenas para Jacques Villeneuve.



Outro exemplo clássico foi de Tony Kanaan. Ele até conseguiu ser campeão da Indy com o carro verde e branco da 7 Eleven. Mas ele queria mesmo era as 500 milhas de Indianápolis. E ele ficava sempre no quase, muitas vezes, por pequenos detalhes. E outro detalhe: ele só conseguiu vencer a Indy 500 quando deixou de usar o verde no seu carro em 2013.


Com este mesmo carro verde da 7 Eleven, o canadense Paul Tracy correu a Indy 500 de 2002 e quase ganhou a corrida, numa ultrapassagem polêmica sobre Hélio Castroneves. Porém, segundo os organizadores, esta ultrapassagem foi inválida pois uma bandeira amarela tinha sido acionada no momento desta ultrapassagem. Assim, Paul Tracy perdeu a oportunidade de ouro de ter seu nome inscrito no quadro de vencedores da categoria.


Na extinta CART/Champ Car também tivemos exemplos de carros verdes. E Dario Franchitti perdeu um título em 1999 somente nos critérios de desempate. Seu carro tinha as cores dos cigarros Kool, e talvez tenha sido este o pequeno detalhe que faltou para o tão sonhado título. E olha que a categoria teve muitos outros exemplos de carros verdes...

Por fim, é isto. Se esta lenda da cor verde é válida ou não, cabe aos fãs da velocidade aceitarem se realmente é verdade. Mas independente disto, é uma história a mais que enriquece o folclore do automobilismo mundial.



sábado, 30 de abril de 2016

Isto é Indianápolis

Finalmente estamos em maio. Este é o mês das mães, das noivas, do trabalhador etc. E no automobilismo, esse mês é lembrado pelo maior evento mundial da modalidade: as 500 milhas de Indianápolis.



O que existe de especial nessa corrida? Simples... São mais de 500 mil torcedores que comparecem no último domingo de maio para verem 33 pilotos e seus carros, tratando-os como heróis, lutando pela glória máxima de cruzar em primeiro lugar ao fim de 200 voltas e pouco mais de 800 Km (500 milhas x 1,609 = 804,5 Km), depois de mais de três horas de corrida e levar o belíssimo troféu "Borg & Warner", para ter seu rosto eternamente estampado nele.

Só para se ter uma idéia da importância desse evento, pilotos de todos os cantos do mundo sonham com um lugar no grid, como se estivessem em uma peregrinação de um mês inteiro à procura do Santo Graal nas Colinas de Golan. Mas aqui, as Colinas de Golan não ficam na Palestina ocupada, e sim, no estado de Indiana, nos Estados Unidos, e o Santo Graal é o troféu, onde o cálice é a garrafa de leite que o piloto bebe para saborear o gosto da vitória nas 500 milhas.



Essa busca, porém, já foi muito mais frenética do que é atualmente, devido a algumas mudanças de regulamento que se revelaram catastróficas nos últimos anos. Só para se ter uma idéia, na edição deste ano, até a data de hoje, a organização da prova conseguiu, com muito esforço, uma lista com 35 pilotos que se inscreveram para disputar a prova. Muito pouco, perto de edições onde tivemos mais de 40 pilotos brigando por 33 vagas no grid, numa corrida que tivemos muitos pilotos que inclusive chegaram a correr na Fórmula 1, vieram para disputar esta grandiosa prova.



A corrida existe desde 1911 (somente interrompida em alguns anos devido às Grandes Guerras Mundiais), mas o Brasil só foi participar da festa em 1984, quando Emerson Fittipaldi alinhou seu March Cosworth número 47 na vigésima terceira posição do grid, um carro branco com detalhes roxo e rosa. No mesmo ano, uma Boy Band de cinco adolescentes de Porto Rico que estava arrebentando nas paradas norte-americanas, mas ainda desconhecida do público brasileiro, criou uma música chamada "Indianápolis", ressaltando o clima e a festa que é a corrida. O nome da banda? Menudos.

Depois de Emmo, vieram outros brasileiros, mas só em 1989, naquela vitória inesquecível de Emerson, numa disputa final acirrada com Al Unser Jr. que terminou com o adversário parando no muro, é que o Brasil finalmente se renderia ao charme da corrida. Outros pilotos de nacionalidades diferentes vieram e passaram a duelar contra os heróis locais. Os norte-americanos passaram a acostumar com nomes diferentes. Só o Brasil teve mais seis vitórias depois dessa conquista de Emerson.




Os preparativos para a corrida seguem o mesmo ritual: a corrida acontece na véspera do Feriado do Memorial Day (este feriado cai na última segunda-feira do mês de Maio e é o dia de lembrar os heróis das guerras que os norte-americanos participaram), mas antes, os pilotos são apresentados para o público num desfile em carros abertos na véspera da corrida nas ruas da cidade, depois no dia da corrida, uma grande festa familiar, a presença das forças armadas, e os cerimoniais, onde as atrações são a música Goin´ back to Indiana (música de autoria dos Jackson Five, que é a marca do Estado de Indiana) cantada e interpretada por uma celebridade local, o hino norte-americano  e por fim, a ordem de largada, onde a dona do Indianápolis Motor Speedway diz simplesmente: "Senhoras e Senhores... liguem seus motores..." e começa assim os primeiros roncos de motor, onde os carros são ligados e começam assim a busca incessante pela vitória na corrida.



Mas o que leva o piloto e o público a idolatrar uma corrida que só acontece uma vez por ano? As populações locais, que faturam com lembranças, cervejas, aluguéis de suas casas. Atrações diversas, como mulheres exibindo seus seios para os marmanjos e intercâmbios de torcedores de diversas nacionalidades. Os pilotos, talvez não tão badalados aqui como os pilotos da Fórmula 1, lá eles são verdadeiros reis, cujos carros são ornamentados como antigas carruagens romanas. Talvez também sejam os acidentes espetaculares, ou as disputas ferrenhas de posições, onde costumam-se brigar milímetro por milímetro por cada posição na corrida com os carros muitas vezes raspando o muro do circuito... Mas por que então esses pilotos não são tão badalados fora dos Estados Unidos? O piloto norte-americano Buddy Lazier, ao vencer a edição de 1996, tentou explicar: "Indianápolis é um local único. Não precisa de astros!". Talvez porque a corrida já fabrique seus próprios astros.

Mas uma coisa é certeza: não importa o vencedor, o público sempre repetirá esse ciclo, lotando o autódromo para ver 33 pilotos e suas respectivas máquinas acelerando para chegar à glória máxima de vencer a maratona com mais de três horas de corrida. Porque isto é Indianápolis.

Vencedores das últimas edições das 500 milhas de Indianápolis:
Ano - Piloto (Nacionalidade/Chassis - Motor/Equipe/Número do carro)

1988 - Rick Mears (EUA/Penske-Chevrolet/Equipe Penske/5)
1989 - Emerson Fittipaldi (BRA/Penske-Chevrolet/Equipe Patrick/20)
1990 - Arie Luyendyk (HOL/Lola-Chevrolet/Equipe Shierson/30)
1991 - Rick Mears (EUA/Penske-Chevrolet/Equipe Penske/3)
1992 - Al Unser Jr (EUA/Galmer-Chevrolet/Equipe Galles/3)
1993 - Emerson Fittipaldi (BRA/Penske-Chevrolet/Equipe Penske/4)
1994 - Al Unser Jr (EUA/Penske-Mercedes Benz/Equipe Penske/31)
1995 - Jacques Villeneuve (CAN/Reynard-Ford Cosworth/Equipe Green/27)
1996 - Buddy Lazier (EUA/Reynard-Ford Cosworth/Equipe Hemelgarn/91)
1997 - Arie Luyendyk (HOL/G Force-Aurora/Equipe Treadway/5)
1998 - Eddie Cheever (EUA/Dallara-Aurora/Equipe Cheever/51)
1999 - Kenny Brack (SUE/Dallara-Aurora/Equipe Foyt/14)
2000 - Juan Pablo Montoya (COL/G Force-Oldsmobile/Equipe Ganassi/9)
2001 - Hélio Castroneves (BRA/Dallara-Oldsmobile/Equipe Penske/68)
2002 - Hélio Castroneves (BRA/Dallara-Chevrolet/Equipe Penske/3)
2003 - Gil de Ferran (BRA/Panoz G Force-Toyota/Equipe Penske/6)
2004 - Buddy Rice (EUA/Panoz G Force-Honda/Equipe Rahal Lettermann/15)
2005 - Dan Wheldon (ING/Dallara-Honda/Equipe Andretti Green/26)
2006 - Sam Hornish Jr. (EUA/Dallara-Honda/Equipe Penske/6)
2007 - Dario Franchitti (ESC/Dallara-Honda/Equipe Andretti Green/27)
2008 - Scott Dixon (NZE/Dallara-Honda/Equipe Ganassi/9)
2009 - Hélio Castroneves (BRA/Dallara-Honda/Equipe Penske/3)
2010 - Dario Franchitti (ESC/Dallara-Honda/Equipe Ganassi/10)
2011 - Dan Wheldon (ING/Dallara-Honda/Equipe Bryan Herta/98)
2012 - Dario Franchitti (ESC/Dallara-Honda/Equipe Ganassi/50)
2013 - Tony Kanaan (BRA/Dallara-Chevrolet/Equipe KV/11)
2014 - Ryan Hunter-Reay (EUA/Dallara-Honda/Equipe Andretti/28)
2015 - Juan Pablo Montoya (COL/Dallara-Chevrolet/Equipe Penske/2)

segunda-feira, 25 de abril de 2016

A soberba da Libertadores e o menosprezo ao Paulistão


 Bom, gente. Estamos chegando a reta final dos campeonatos estaduais e uma questão me veio na cabeça: com a eliminação dos clubes grandes da capital (o trio de Ferro: Corinthians, Palmeiras e São Paulo) do campeonato paulista, premiou também um pouco o menosprezo que se dá a esta competição.

Só para se ter uma idéia, está certo que o Campeonato Paulista não tem mais aquele charme e brilho que tinha até tempos mais recentes, digamos até metade dos anos 1990 pra frente. Quando se falava de Campeonato Paulista, tinha-se a sensação de que o campeonato era levado mais a sério pelos grandes clubes da capital, mas noto que hoje não se leva mais tão a sério, e os torcedores destes times também embarcaram nesta onda.



Lembro que Corinthians e Palmeiras, quando tinham seus longos jejuns de títulos, eles encerraram seus sofrimentos justamente no Campeonato Paulista e estas conquistas foram super valorizadas nas suas épocas de fim de jejum... hoje o São Paulo já completa um jejum que ano que vem vai para 12 anos e ninguém fala nada, ninguém lembra disto...

Mas eu acredito que a culpa, tem um pouco disto, é a Libertadores, principal torneio da América do Sul e que os três times da capital disputam este ano (só o Palmeiras é que já está eliminado desta competição este ano). Pegou-se a idéia que foi comprada pelos dirigentes dos clubes e os torcedores embarcaram nesta onda.

O roteiro, todo ano está acontecendo e se repete quando um destes três é eliminado do Paulista: eles caem fora do campeonato, mas tem a Libertadores para continuar disputando. E o torcedor vai na onda: “o que importa é a Libertadores... paulistinha eu não quero...”, e no final, o clube acaba caindo fora também da Libertadores e os seus torcedores viram motivo de chacota dos maiores rivais...

E tudo isto começou quando o Palmeiras em 1999 ganhou a Libertadores... o Paulo Nunes, para justificar a eliminação do Corinthians daquele torneio, disse assim: “Pois que eles fiquem com o Paulistinha que é isto que eles merecem...”, pois é... uma forma de dizer que o Palmeiras não estava nem aí para o Paulistão. Paulo Nunes acabou pagando depois pela sua arrogância e depois de um tempo vestiu a camisa do Corinthians... para ganhar depois o “Paulistinha” que ele tanto menosprezou nos tempos de Palmeiras... e depois disto, São Paulo e Corinthians caíram nesta onda também:



O São Paulo, como te falei, já tem um jejum mediano e que se está tornando perigoso para o clube em termos de campeonato paulista, mas eles não se importam... todo ano o clube entra na Libertadores e já faz até projeções de uma final entre eles e uma grande potência européia como Bayern Munique ou Barcelona, por exemplo... o Corinthians, depois que ganhou sua Libertadores, também está indo na mesma onda... desde que Paolo Guerrero disse ano passado, que preferia “coisas grandes como a Libertadores”, acabou pagando com a língua, onde especialistas já diziam (e os torcedores caíam nesta comparação)  que o Corinthians “ganharia fácil uma UEFA Champions League com o time que tem”, entre outras coisas mais...

Hoje, quem parece que mais dá valor ao Campeonato Paulista é o Santos... e eles tiveram que encerrar um jejum de 22 anos sem conquistar o campeonato, mas ninguém deu tanta importância assim porque o clube já estava acostumado a ganhar campeonatos brasileiros e disputar a Libertadores com freqüência... o Santos já está na sua oitava final de Paulistão consecutiva, aproveitando um pouco também o fato dos outros times terem a desprezado. Pra se ter uma idéia, antigamente, se falava que “o Campeonato Paulista tinha que dar vaga para a Libertadores”... hoje se você fizer como fez o Mario Gobbi em 2012 depois do jogo contra o Emelec e falar que “Campeonato Paulista é melhor do que Libertadores”, o pessoal fica praticando bullying contra você...



E pra finalizar, um pouco também desta soberba com relação a Libertadores e o menosprezo ao Campeonato Paulista está no fato de que os técnicos de hoje escolhem, com o argumento do planejamento, que campeonatos dar mais importância... nestas horas, eu tenho saudades do São Paulo de Telê Santana... no tempo dele, o clube não escolhia campeonato e entrava pra ganhar em todos eles, desde um simples torneio de verão pré-temporada até um campeonato lá no Japão... e conseguia se dar bem em quase todos. Por isto que ficou na memória do torcedor brasileiro...

São por essas e outras que penso se não estamos valorizando demais um campeonato em detrimento ao outro...




sábado, 12 de março de 2016

Mais vinte craques que nunca conquistaram a Libertadores da América


Devido ao sucesso do post anterior, resolvi aqui fazer outra lista de jogadores que nunca conseguiram conquistar o famoso troféu das Américas. Vocês podem ver abaixo o post inicial sobre o assunto e agora eis com vocês a segunda parte desta lista:

(Primeira Parte) http://lucyvanderblog.blogspot.com.br/2015/05/vinte-craques-que-nunca-conquistaram.html


GARRINCHA - O gênio das pernas tortas rivalizava nos anos 1960 a preferência do torcedor brasileiro contra Pelé. No entanto, a título de Libertadores, o jogador do Botafogo só disputou uma única vez a edição em 1963, eliminado pelo Santos de Pelé na ocasião. Depois disto, Garrincha nunca mais foi visto no torneio.



GAMARRA - O melhor zagueiro da Copa de 1998 disputou no começo da década de 1990 a competição pelo Cerro Porteño (PAR) e logo depois mais algumas edições pelo Corinthians (1999) e Palmeiras (2005 e 2006). O melhor resultado dele na competição foi a edição de 1993 quando o Cerro Porteño foi eliminado pelo São Paulo nas semifinais.



MARCELINHO CARIOCA - O "pé-de-anjo", amado e odiado por muitos, disputou a competição pelo Flamengo (1991 e 1993) e pelo Corinthians (1996, 1999 e 2000), onde o máximo que conseguiu foi chegar às semifinais. Na memória do futebol brasileiro e continental, ficou marcada a cena onde o goleiro Marcos do Palmeiras defende o pênalti cobrado por Marcelinho, eliminando o Timão da competição em 2000.

REINALDO - Um dos maiores ídolos do Atlético MG dos anos 1970 e 1980 disputou a competição em 1978 e 1981, onde o melhor resultado foi ter chegado à fase semifinal em 1978. Mas a edição de 1981 é que ficou marcada negativamente devido ao número excessivo de expulsões no jogo Flamengo x Atlético MG, numa partida que não terminou e o centroavante foi um dos expulsos.



DADÁ MARAVILHA - Um dos mais folclóricos jogadores dos anos 1970 e 1980 disputou a competição pelo Atlético MG (1972 e 1978) e Internacional (1976 e 1977), mas nunca conseguiu chegar nas finais da competição.

THIAGO SILVA - O capitão da Copa de 2014 disputou a competição com a camisa do Fluminense em 2008 e chegou até a final, mas parou nos pênaltis graças ao goleiro da LDU de Quito, perdendo assim o título.



TAFFARELL - O goleiro titular absoluto da seleção brasileira em três Copas do Mundo disputou a competição somente no ano de 1989 com a camisa do Internacional, sendo eliminado pelo Olímpia PAR nas semifinais em pleno Beira-Rio.

DIEGO FORLÁN - O melhor jogador da Copa de 2010, curiosamente, não disputou nenhuma competição até o ano passado. A edição de 2016 da Libertadores é a primeira que ele disputa, defendendo as cores do Peñarol URU.



CARECA - Ídolo do Guarani e do São Paulo, disputou a competição defendendo essas duas camisas, respectivamente em 1979 e 1987. O melhor resultado foi com o Guarani, onde chegou até a Fase Semifinal da competição.

BATISTUTA - Antes de virar ídolo na Europa, o jogador argentino disputou algumas edições com as camisas de Newell´s Old Boys, River Plate e Boca Juniors e o máximo que ele conseguiu foi o vice-campeonato na sua primeira participação, em 1988 defendendo o Newell´s, perdendo na final para o Nacional URU.

HÉLTON - Goleiro revelado pelo Vasco da Gama, disputou a Libertadores em 2001, sendo eliminado nas quartas-de-final. Depois disto, ele foi fazer carreira em Portugal, onde virou ídolo.

RICARDO OLIVEIRA - Disputou a competição em 2003 pelo Santos (onde conquistou a artilharia do torneio) e em 2006 e 2010 pelo São Paulo. Foi duas vezes vice-campeão (2003 e 2006).



WASHINGTON E ASSIS - Dupla de ataque do Fluminense conhecida como o "casal 20", disputou a competição somente em 1985 e não passou da fase de Grupos, num grupo em quer tinha Argentinos Juniors e Ferro Carril Oeste, sendo neste ano, a pior participação de clubes brasileiros da história da Libertadores.

TOSTÃO - Centroavante ídolo do Cruzeiro, conseguiu entrar na competição no ano de 1967, tirando a vaga do Santos. Mas o time não foi muito longe no torneio. Depois disto, o craque nunca maios disputou o torneio.



RIVELLINO - Para muitos, o maior ídolo da história do Corinthians, mesmo não tendo conquistado títulos. Por isto mesmo, o craque acabou pagando pela ausência de títulos que também acabou se refletindo em nenhuma participação na competição. Mesmo trocando o Corinthians pelo Fluminense, ele quase acabou disputando a sua primeira Libertadores, mas o Corinthians impediu ele de disputar, eliminando o Fluminense no campeonato brasileiro de 1976 e pegando a segunda vaga na competição de 1977.

JÚLIO CÉSAR - Goleiro revelado pelo Flamengo, disputou a competição em 2002, mas foi eliminado ainda na Fase de Grupos. Depois disto, ele foi fazer carreira na Europa.

JORGINHO - Lateral direito da seleção brasileira revelado pelo Flamengo e titular da Copa de 1994. Mas foi no arqui-rival Vasco da Gama que ele foi disputar sua única edição em 2001, eliminado nas quartas-de-final.




VIOLA - Ídolo do Corinthians e com passagem por vários outros clubes, disputou a competição em 1991 pelo Timão e 2001 pelo Vasco. O melhor resultado foi na sua segunda participação, mas parando nas quartas-de-final.

MAZINHO - Um dos jogadores que fizeram parte da seleção brasileira tetra-campeã em 1994, o meia disputou a competição duas vezes: em 1990 pelo Vasco da Gama e em 1994 pelo Palmeiras, onde seu melhor resultado foi as quartas-de-final de 1990.



LIONEL MESSI - Jogador argentino do Barcelona, inúmeras vezes eleito o melhor do mundo pela FIFA, ele acabou deixando seu país de origem ainda garoto e por isto mesmo, não teve o gostinho de disputar a competição ainda. Segundo boatos, o Newell´s Old Boys chegou a fazer uma proposta para que Messi defendesse o time na edição de 2013, onde ele entraria nas semifinais, mas o time não chegou a um acordo com o Barcelona. Talvez no futuro o jogador possa estar disputando a competição.



ADRIANO IMPERADOR (*) - Centroavante polêmico, disputou a competição em 2008 pelo São Paulo, em 2010 pelo Flamengo e em 2014 pelo Atlético PR, onde o melhor resultado foi as quartas-de-final de 2010, sendo eliminado pelo Universidad do Chile.

(*) Há controvérsias sobre o fato do jogador ter sido ou não campeão da competição, pois ele estava inscrito pelo Corinthians na edição de 2012 onde o Timão foi o campeão. Porém, no intervalo de tempo entre a divulgação da lista de inscritos e a real estréia do Timão naquela competição, o jogador teve o contrato rescindido por indisciplina. Muitos consideram que o jogador, pelo fato de ter sido inscrito pelo Corinthians naquele ano, merece ser lembrado como um dos jogadores do elenco campeão. Outros (esta é a minha opinião), defende a idéia de que ele não chegou a disputar as partidas porque já estava fora do elenco, portanto, não deve ser considerado como campeão. Fica a critério de vocês decidirem isto.

MENÇÃO HONROSA PARA:



LEVIR CULPI - O atual técnico do Fluminense nunca disputou a competição como jogador. Como treinador, foi o técnico do Criciúma na edição de 1992, sendo eliminado pelo São Paulo nas quartas-de-final daquela competição. Levir ainda disputou também treinando o Cruzeiro em 1998, sendo eliminado nas oitavas-de-final pelo Vasco da Gama, e também pelo Atlético MG, as edições de 2014 e 2015, eliminado em ambas também nas oitavas-de-final..



RUBENS MINELLI - Para muitos, um dos grandes estudiosos do futebol nos anos 1970 e 1980. O treinador disputou a competição dirigindo três times diferentes: Palmeiras em 1971, Internacional em 1976 e São Paulo em 1978. O seu melhor resultado foi na edição de 1971, sendo eliminado pelo Nacional do Uruguai.

JORGE SAMPAOLI - O técnico argentino, que foi campeão da Copa América de 2015 treinando a seleção chilena, disputou algumas competições nos anos 2010. O seu melhor resultado foi ter chegado até as semifinais de 2012, sendo eliminado pelo Boca Juniors.



MARCELO BIELSA - Antes de assumir a seleção argentina e logo depois fazer carreira na Europa, o treinador disputou a competição nos anos 1990, sempre com clubes argentinos. Ele era o técnico do Newell´s Old Boys que perdeu a final da Libertadores de 1992 para o São Paulo.

sábado, 5 de março de 2016

Brasil e Alemanha - Sorte nas pistas, azar no campo (ou vice versa)


Bom, gente... neste texto em especial estarei falando de Brasil e Alemanha. Em época de 7 x 1, Alemanha campeã e tudo o mais, notei algumas coincidências entre esses dois países sejam nas pistas de automobilismo, seja nos campos de futebol. Então, vamos aqui a uma pequena análise de alguns fatos.



O Brasil foi campeão da Copa do Mundo em 1958, 1962 e 1970. O país vivia um áureo período de glórias e conquistas nos gramados, mas ainda não tinha tradição na Fórmula 1. Eis que depois do tri campeonato, um jovem piloto brasileiro chamado Emerson Fittipaldi entrou na categoria e começou a ganhar corridas. Faturou títulos na Fórmula 1. Depois dele, vieram as conquistas de Nelson Piquet e Ayrton Senna.



Coincidentemente, no período áureo de conquistas brasileiras na Fórmula 1, o Brasil passou por uma enorme seca de títulos de Copa do Mundo, e olha que seleções boas o Brasil montou para ser campeã como em 1982. Ou seja, sorte nos gramados, azar nas pistas, e vice-versa.

Este período de glórias na Fórmula 1 durou até a morte de Ayrton Senna em 1994. Dois meses depois, coincidentemente, o Brasil faturou o tetra campeonato e logo depois em 2002, o penta, em cima dos alemães. Foi o Brasil parar de ganhar títulos nas pistas, voltou a ganhar títulos no futebol.



O mesmo caso parecido ficou a Alemanha. O país faturou títulos na Copa do Mundo até 1990, ano do tri campeonato. Coincidentemente a Alemanha nunca tinha um piloto campeão da Fórmula 1. No ano seguinte, em 1991, surge um piloto jovem chamado Michael Schumacher, que aos poucos vai conquistando seu espaço e passando a ganhar corridas e títulos.



O mais incrível é que durante o período de conquistas de Michael Schumacher, e logo depois de Sebastian Vettel, a Alemanha viveu uma seca de títulos em Copa do Mundo. E olha que o país teve seleções fortes neste período que tinham tudo para serem campeãs.



O último título alemão na Fórmula 1 foi de Sebastian Vettel em 2013. Coincidentemente foi o ano que Michael Schumacher se acidentou nos esquis e está no estado que está atualmente. E logo no ano seguinte, a Alemanha se torna campeã do Mundo pela quarta vez na sua história. Mas também a Alemanha não consegue mais fazer um piloto campeão da Fórmula 1 desde então.



Ou seja, Brasil e Alemanha tornaram-se oito ou oitenta. Ou ganham na Fórmula 1, ou ganham Copa do Mundo. No mais, parece esquisita esta comparação. Mas são essas histórias que tornam a coisa mais incrível de se analisar...

Agora eu deixo para vocês esta história... no mais é isto... valeu!!!!!


sábado, 13 de fevereiro de 2016

Eles preferem os grandes esquadrões

Bom, gente. Estava aqui pensando sobre algumas coisas a respeito de futebol. E reparei nas rodas de amigos e agora que temos as modernidades da Internet, vemos falar muito dos grandes times, os esquadrões que marcaram época para os torcedores.

No caso do Corinthians, por exemplo, a conquista da Copa Libertadores em 2012 veio para lavar a alma do torcedor maloqueiro e sofredor que estava cansado de ser zuado por causa da ausência deste título. Mas, por incrível que pareça, o time de 2012 não está tão falado assim na memória do mais fanático torcedor corinthiano. E eu vou explicar por que:



Torcedor que se preze de verdade gosta de lembrar com carinho dos grandes times e dos grandes esquadrões que vieram e marcaram época. No caso do Corinthians, o time teve um no período de 1998 a 2000, onde um time cheio de estrelas como Marcelinho Carioca, Dida, Rincón, Vampeta, Ricardinho, Edilson Capetinha, entre outros. Aquele time teve um trabalho montado inicialmente por Vanderlei Luxemburgo e depois continuado por Oswaldo de Oliveira.

Aquele time era praticamente imbatível e ganhava tudo o que se via pela frente: Paulista, Brasileiro, Mundial de Clubes, etc... mas o time tem uma mancha no currículo: a ausência da Libertadores, objeto de desejo daquele time que encerrou um ciclo depois que Marcelinho Carioca perdeu aquele pênalti para Marcos na Libertadores de 2000 contra o Palmeiras. Até hoje o torcedor palmeirense lembra mais com carinho deste pênalti do que da conquista da mesma Libertadores no ano anterior.

Agora se comparando com o time corinthiano campeão de 2012, tem alguns valores individuais como Emerson Sheik, Paulinho, Liédson, Alex, Danilo, etc. Mas o time não empolgava muito porque foi preparado pelo técnico Tite para ganhar a Libertadores e isto talvez tenha pegado na busca de outros títulos. O forte daquele time era um grupo unido e coeso. Tanto é que na campanha desta conquista, foram apenas quatro gols sofridos e um título conquistado de forma invicta, coisa que muitos poucos conseguiram na história da competição. O time tornou-se um vencedor em outros campeonatos, mas foi construído exclusivamente para um torneio que era o objetivo principal.



Outro detalhe comparando-se os dois times: o esquadrão de 1998 a 2000 jogava para frente, aplicava grandes goleadas contra os adversários e entrava com sangue nos olhos, bem ao contrário do time de 2012, que se preocupava com o resultado, com uma defesa eficiente, mesmo que fosse preciso ganhar apenas de 1 x 0 jogando retrancado. Além disto, o time de Marcelinho Carioca era uma senhora duma fogueira de vaidades, cada um mais preocupado em brilhar mais do que o companheiro, brigando muitas vezes um contra o outro, explorando mais o marketing pessoal dos seus jogadores, e um técnico mais estilo “Laissez-Faire”, que deixava os jogadores deitarem e rolarem nos treinos e jogos, bem diferentes do time de Tite, que tinha na figura dele um papel de líder nato, buscando sempre o melhor de cada jogador e que não deixava as vaidades acontecerem, fazendo com que o time tivesse mais união entre seus jogadores, quase que uma família, ao contrário do esquadrão do final dos anos 1990, onde os jogadores só olhavam para o próprio umbigo.

Mesmo com a ausência da Libertadores naquele time, o Corinthians de Marcelinho Carioca está mais no coração do torcedor corinthiano do que o time pragmático e fazedor de resultados do técnico Tite, mesmo com a Libertadores de 2012. Tal circunstância lembra a seleção brasileira, onde no coração do torcedor, mesmo perdendo, o escrete canarinho de 1982 de Telê Santana está mais vivo na memória do torcedor do que a seleção de Romário campeã em 1994.

Por estas e outras, os torcedores preferem os grandes esquadrões aos times eficientes tecnicamente. Isto explica também a paixão destes torcedores por times que jogam vibrando, que mais se preocupam em jogar pra frente e dar espetáculo. São estes que ficam realmente na memória do torcedor.