terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Viva Otacílio - Onde quer que ele esteja





Bom, gente. Desta vez estou escrevendo sobre o assunto de jogos de futebol, até lembrando que 2014 é o ano do Centenário do Palmeiras (o rival de estimação do Corinthians), estou para falar de uma pessoa que acabou pelas injustiças da bola, ficando esquecida na história do time e do futebol brasileiro.

Lembro que em 1992 iniciava-se a era Parmalat dentro do alviverde e com isso, iriam os investimentos para montar um time competitivo com o intuito de derrubar um incômodo jejum de títulos e levar o clube novamente aos tempos de glória.

No começo da parceria, a Parmalat achou um técnico chamado Otacílio Gonçalves, credenciado com o título da Série B daquele ano com o Paraná Clube. Não era o técnico ideal, mas estava ali, treinando e incentivando o time, ainda em formação. Foram aos poucos chegando jogadores novos (Zinho, Mazinho, Cuca, Edmundo, etc), e reintegrando alguns que estavam afastados como Evair. Aos poucos, o time foi se acertando e ganhando as partidas. No final de 1992, acabou perdendo o campeonato paulista para o time do São Paulo de Telê Santana, Cafu, Raí e cia.

Veio 1993 e os investimentos começaram a aumentar e o time aos poucos era apontado como favoritíssimo ao título. Estilo paizão, Otacílio Gonçalves tentava conciliar a presença de vários jogadores estrelas dentro de um timaço como aquele e ia ganhando as partidas.

O problema é que o time alguns integrantes já estavam meio que com o ego lá em cima e algumas brigas pequenas ocorreram. A Parmalat viu que o Otacílio não estava conseguindo impor um rigor lá dentro, e temerosa por ver a vaca ameaçando ir para o brejo, deu um voto de confiança a ele. Mas depois de duas derrotas seguidas no Paulistão, foi a senha para imediatamente chutarem Otacílio e procurarem outro técnico.

Claro que o Otacílio não gostou da decisão. Mas ele procurou botar a culpa na torcida e declarou: “Sou burro com o time liderando o campeonato, os outros que estão atrás de mim são o quê, então????” Depois disto, a diretoria chamou um técnico que estava em baixa na Ponte Preta e que teve como experiência um título paulista pelo Bragantino e uma passagem rápida pelo Flamengo. O cara era fraquinho, um tal de Vanderlei Luxemburgo. Só isso...

O time engrenou com Luxemburgo e quebrou o jejum de títulos. Depois, foi disputar mais títulos. Hoje Vanderlei Luxemburgo é reverenciado por causa de tantos títulos não só no Palmeiras mas também em outros clubes, com passagem inclusive pela Seleção Brasileira e pelo Real Madrid da Espanha. E o pobre Otacílio Gonçalves, depois de demitido, acabou sumindo, depois de tentar treinar outros clubes, sem sucesso...

Hoje quando se fala do fim do jejum do Palmeiras, todo mundo fala do Luxemburgo, que ele é bom, ele montou o time, deu padrão de jogo como ele sempre se gaba quando passa por um clube. Mas ninguém sequer lembra de Otacílio Gonçalves, o homem que começou tudo nessa era vitoriosa da Parmalat. Esquecido, como manda a história, às vezes injusta com seus personagens. Mas nessas linhas, espero que o Palmeiras lembre que essa história teve um começo, e deve-se a Otacílio Gonçalves ter plantado a semente para as conquistas que viriam para o alviverde do Parque Antarctica no período vitorioso da Parmalat. Viva Otacílio e que os deuses do Futebol se lembrem dele nessa passagem breve mas marcante do time.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Minhas previsões para o automobilismo em 2014



 
Bom, gente. Final de ano está aí e vamos que vamos para mais alguns tópicos sobre o que o ano de 2014 nos reserva para as pistas, seja na Fórmula 1, na Indy, nas categorias nacionais entre outras coisas. O ano de 2013 foi bastante produtivo e movimentado. Será que 2014 teremos outras emoções semelhantes? Então vamos lá....

FÓRMULA 1




De cara algumas pequenas mudanças que estavam planejando para acontecer. A idéia de dobrar os pontos na corrida derradeira não vingará e acabará de certa forma até sendo anulada ou adiada para outro momento oportuno. Bem diferente do sistema de numeração fixa que chega para ficar. Os números serão a identidade dos pilotos daqui pra frente.

As disputas estarão um pouco mais acirradas. Tudo é novo e desconhecido dentro do novo regulamento com motores Turbo e limitação de combustíveis. A fornecedora de pneus também pode ser trocada no final de 2014. Também podem acontecer muitas quebras e corridas decididas no finalzinho, ganhas por pequenos detalhes.


Outra coisa que poderá acontecer: a morte de um importante dirigente da categoria em 2014. Ele terá muitos problemas de saúde e finalmente chegará a vez dele de “virar book”. Essa morte será inclusive muito sentida dentro da categoria.

Agora e os pilotos e equipes? Como se comportarão em 2014???

Logo de cara, acredito numa briga feroz entre Red Bull e Ferrari, com lampejos de brilho da Mercedes. A McLaren fará um ano de transição e brigará entre o quarto e quinto lugar de construtores. O motivo: a troca de motor da Mercedes para Honda. A Lótus seguirá rumo à uma decadência devido às dificuldades financeiras e a fragilidade da dupla de pilotos. A Williams poderá ter uma temporada melhor do que 2013, mas terá muito trabalho. Sauber, Force Índia e Toro Rosso brigarão no pelotão intermediário. Marussia e Caterham fecham o grid.

Sobre os pilotos, o penta de Sebastian Vettel pode acontecer, mas pintará com um pouco mais de dificuldades. A dupla da Ferrari é melhor, mas estará envolvida em brigas pessoais e fogueira de vaidades, por isso, Vettel pode se aproveitar dessa fragilidade momentânea de Alonso e Raikonnen que brigarão firme e forte para ser o primeiro piloto. Kimi, aliás, com essa postura de “tô nem aí pra paçoca”, na verdade, está aos poucos na equipe mostrando suas garras e com isso Alonso pode sentir um pouco o baque e a sensação de que não é tão protegido assim da Ferrari, poderá inclusive brigar com a cúpula de Maranello.



Na Mercedes, Lewis Hamilton e Nico Rosberg terão um pouco de brilho, mas os conjuntos da Mercedes continuarão a ser bons de classificação mas razoáveis em corrida. Poderá pintar uma proposta para Nico Rosberg deixar a Mercedes, podendo seguir o caminho para a McLaren. Lewis Hamilton continua firme e forte na escuderia.

Daniel Ricciardo sentirá um pouco a pressão de estar guiando para a equipe campeã de construtores e pode sofrer alguns acidentes em algumas corridas. Sua contratação pode estar em xeque dentro da Red Bull, mas se souber contornar os obstáculos e entender sua posição dentro da equipe, pode ser considerado como um sucessor natural de Vettel na equipe. Cabe à equipe verificar e avaliar seu desempenho em 2014.

A McLaren terá altos e baixos com a sua dupla de pilotos Jenson Button e Kevin Masgnussen. Talvez pinte uma vitória para a equipe numa corrida onde as cartas se embaralhem, talvez na chuva ou com muitas quebras. A dupla que poderá brilhar melhor dentro das equipes intermediárias é Nico Hulkenberg e Sérgio Pérez, que arrancarão muitos pontos para a equipe Force India. Possibilidade de pódio para a escuderia.

A Williams, como disse antes, muito trabalho. A equipe deu um pulo na qualidade do staff técnico. Felipe Massa fará o papel de líder dentro da equipe e conselheiro de Valteri Bottas. Numa nova equipe, Massa poderá encontrar a motivação que ele perdeu nos últimos anos de Ferrari. A dupla Massa e Bottas têm tudo para arrancar muitos pontos no campeonato e pode andar nas primeiras posições, se fizer um bom carro para 2014. Evolução, apesar dos problemas financeiros, será a constante dentro da equipe.

Já Lotus, Sauber e Toro Rosso, estarão apenas disputando posições intermediárias. Não acredito numa boa sintonia na dupla Grosjean – Maldonado. E para piorar, poderemos ter o fechamento de uma das escuderias do bloco intermediário para trás. Sauber, Caterham e Marussia pode ser uma dessas três a encerrar suas atividades e migrar para outra categoria.
-----
FÓRMULA INDY

O ano de 2014 será de transição, onde as melhores mudanças ocorrerão somente em 2015. Teremos uma temporada fraca tecnicamente mas competitiva. Mas a dupla Penske e Ganassi é que vão levar a maioria das vitórias. A Chevrolet continuará dominando a categoria e a Honda pode deixar a Indy no final do ano devido ao fato de priorizar a Fórmula 1 e a McLaren a partir de 2015.



A Penske e a Ganassi brigarão pelo título, sendo a Andretti consolidando a terceira força, mas não conseguirão muitas vitórias assim. A KV estará passando por dificuldades financeiras, inclusive não pagará a parte do prêmio que Tony Kanaan tem direito pelo fato de ter vencido a Indy 500 em 2013, com possibilidade inclusive de até entrar na justiça contra os sócios. As demais equipes, Simon Pagenaud continuará carregando a Sam Schimidt pelas costas e será promovido em breve a um time de ponta. Destaque também para Simona de Silvestro, que brigará forte para conseguir sua primeira vitória.

Nas 500 milhas de Indianápolis, será uma edição bem tumultuada, com possibilidade de chuvas no meio da corrida que possam interrompê-la. No final, a briga estará muito boa. Acredito que pintará uma nova vitória da Penske ou Ganassi. Há possibilidade também de um piloto novo ou que nunca venceu a prova enfim vencê-la. Muitas variantes ocorrerão dentro da corrida.

Ainda falando em Indianápolis, a idéia de correr no misto duas semanas antes da prova em oval será um tremendo dum mico, não dando certo essa cartada, onde o povo estará protestando contra a prova e quebra da tradição. Para os próximos anos, é provável dela ser passada para o final da temporada.

-----

WEC E CORRIDAS DE LONGA DURAÇÃO



Elas chamarão muito a atenção em 2014, com disputas interessantes nas diversas categorias. A Audi continuará seu domínio firme e forte, mas desta vez terá adversárias mais fortes. A Toyota incomodará, mas perderá o caneco. A Porsche vai começar do zero praticamente a sua jornada. Mas tudo indica inclusive que poderá vender carros para outras escuderias particulares, como fazia no extinto Mundial de Marcas.

Muita emoção e competitividade estarão presentes no WEC e também nas demais categorias Endurance.

------

CATEGORIAS NACIONAIS

Mais um ano onde somente as categorias de Turismo terão vez, pra variar, com destaque para a Stock Car e o Brasileiro de Marcas. A Fórmula Truck também continua firme e forte e as categorias de Fórmula cada vez mais indo à bancarrota.


-------

FÓRMULA E

Muito se falaram desta nova categoria, acredito que poderá dar certo, inclusive a proposta e a fórmula será muito melhor usada do que foram nas extintas A1GP e Fórmula Superleague. É um conceito novo que pode dar certo se muito bem administrado. Mas deve-se tomar cuidado com a inveja e o orgulho iniciais dos dirigentes que podem atrapalhar um pouco o caminho. Mas a proposta sim é muito boa e me agrada.

-----

PILOTOS BRASILEIROS



As melhores chances de sucesso de pilotos brasileiros são na Indy e no DTM alemão. No DTM, Augusto Farfus poderá ter um ano melhor do que foi este ano e é candidato sério para o título da categoria. Mas ele tem que estar alerta pois pode sofrer traições dentro da categoria.

Na Indy, a dupla Tony Kanaan e Hélio Castroneves pode vir forte, principalmente para as 500 milhas de Indianápolis. Tony está muito forte querendo o bi campeonato da prova e Hélio entrará motivado para buscar o quarto triunfo na tradicional corrida.
Os pilotos brasileiros também terão bons destaques nas categorias da Nascar, nas categorias de Endurance e se tiver algum brasileiro, na Fórmula E.
--------

PARA FINALIZAR

Teremos também umas duas aposentadorias de pilotos consagrados. Uma no automobilismo e outra no motociclismo. Veremos novas quebras de recordes e novos rostos se consagrando...

E vocês, o que acham do que podem ocorrer em 2014???? Espaço livre para sugestões e também opiniões diversas.

Valeu!!!!!!

sábado, 19 de outubro de 2013

Kitty Pryde e Colossus - Um casal que marcou muito no mundo de quadrinhos





Bom, gente. Hoje vou mudar um pouco de assunto, me afastando um pouco de comentar esportes. Talvez ninguém vá querer notar, mas assuntos de nerds estão à todo o vapor nos últimos tempos e abordarei nesta coluna um casal que, pelo menos para mim, e que também deve ter lembrado, os mais fanáticos de quadrinhos de super heróis, principalmente nos anos de 1980 e 1990.

Naquele tempo, a Marvel e a DC Comics, principais editoras de quadrinhos dos Estados Unidos, mais precisamente a Marvel, resolveu lançar como moda histórias onde os principais heróis mantinham romances entre eles ou romances deles com pessoas comuns... mas um casal para mim marcou muito, mais precisamente nas histórias dos X-Men (o grupo de mutantes americanos que virou febre depois que lançaram os filmes deles no Brasil) que eram totais desconhecidos nas telas de TV mas um grande sucesso nos quadrinhos da Editora Abril naquele tempo. Estou falando de Kitty Pryde e Colossus.



Esse casal chamou muito a atenção dos fãs de quadrinhos. Kitty, ainda uma aluna em treinamento na Escola do Professor Xavier e o gigante blindado russo protagonizaram por muito tempo uma relação de amor e cumplicidade mútua entre os dois. Um típico caso de relacionamento de adolescentes, que claro, cresceu com o tempo e viveu muitos altos e baixos (mais altos do que baixos) e que todo mundo lia as histórias da equipe mais para saber da continuidade do romance entre os dois. Mesmo quando o principal casal do time era Scott Summers e Jean Grey, até que a morte os separou por um determinado momento, o casal Kitty Pryde (a  Lince Negra) e Colossus marcou bastante para mim e hoje analiso por vários aspectos o desenrolar dessa trama.

Kitty e Colossus eram praticamente um o oposto do outro, mas se completavam em muita coisa. Ela, norte-americana e ele, soviético (um ponto polêmico onde para os americanos, os soviéticos eram vistos como vilões na visão deles). Um casal meio que emblemático naquele período de Guerra Fria entre os blocos capitalistas e socialistas. Ela, capaz de atravessar paredes e corpos sem ser atingida por armas letais, meio que atirada, feliz, que não fugia de debates, mas também cheia de medos e inseguranças, algumas vezes devido à sua inexperiência inicial, acabava se metendo em algumas enrascadas. Ele, que se transformava num ser blindado, meio tímido, mais reservado, ponderado, mas botava a cara a bater nas missões e muitas vezes acabava socorrendo a sua namorada das situações embaraçosas. Colossus foi uma das pessoas que ajudou muito Kitty a se adaptar ao grupo, com sua bondade e senso de raciocínio ponderado que fascinava ela e a deixava mais tranquila nas missões porque ela sabia que podia contar com ele...



O grupo também deu uma mãozinha para que esse relacionamento desse certo. Vieram depois as crises, mudanças de direção nos grupos. A Lince Negra ganhou até a liderança do grupo Excalibur (uma extensão dos X-Men na Europa) por um período e convidou ele a participar do grupo, sabendo de suas qualidades. Kitty amadureceu muito, e ela deve muito desse amadurecimento ao seu eterno namorado, que sempre esteve ali, nas horas mais difíceis. Hoje o relacionamento entre os dois está mais na base de uma “amizade colorida”, mas um sabe que pode contar com o outro quando necessário.

Hoje eu depois que vi os desenhos animados dos X-Men e os filmes do grupo, fiquei aqui pensando: Sempre a prioridade era o romance entre Scott Summers e Jean Grey, outras vezes até exploraram Vampira e Gâmbit (nos desenhos) ou Vampira e Homem de Gelo (nos três filmes da série). Até o Professor Xavier já xavecou nos filmes da série, mas ninguém falava nada no casal Kitty Pryde e Colossus. Kitty no primeiro filme teve uma participação rápida e Colossus nem foi citado. Ele só apareceria no segundo filme da série ainda assim uma pequena participação especial. No terceiro filme, já com os atores Ellen Page e Daniel Cudmore, os dois atuaram juntos, mas nem sequer rolou nada entre eles.



Agora, o próximo filme dos X-Men em Maio de 2014, os dois voltam a participar da equipe. Mas aqui vai até uma sugestão: já que fizeram os filmes Origins: Wolverine e Primeira Classe, bem que a Marvel poderia reavivar esse romance entre os dois super-heróis se não no próximo filme do grupo, possivelmente uma sugestão de um novo filme solo entre Kitty Pryde e Colossus, num inverno europeu na Rússia, por exemplo, onde essa paixão e esse amor estaria cada vez mais vivo, superando diferenças e cada um convivendo com a realidade do outro, enfrentando vilões entre uma sessão de amor e outra...

Seja como for, esse casal marcou muito para mim e com certeza muitos da geração dos anos 80 lembram e viveram torcendo muito para finais felizes entre os dois. Um romance como os padrões da época diziam, sem muitas maldades, mas que ingênuo, às vezes. Kitty Pryde e Colossus foram a síntese de uma época onde as diferenças eram colocadas em segundo plano (de culturas ou personalidades) para viverem esse amor correspondido. Um casal à frente de seu tempo...

sábado, 12 de outubro de 2013

Mark Webber - Enfim, destruído





Bom, gente... hoje vou falar de um piloto que hoje está a poucos GPs da aposentadoria e que muitos o consideram um excelente piloto. O australiano Mark Webber, para muitos, não teve a oportunidade de ser campeão, mas aqui vendo, vou relatar algumas coisas que aconteceram nos últimos anos...

O piloto australiano veio para a Fórmula 1 em 2002, depois de algumas passagens pela Mercedes no FIA GT e depois disputado a extinta Fórmula 3000 (a predecessora da GP2). Webber tinha como padrinho o italiano Flávio Briatore, famoso por empresariar jovens pilotos e lança-los para a Fórmula 1. Logo na sua estréia, pela Minardi, arrancou um surpreendente quinto lugar no GP da Austrália, numa corrida que teve muitos acidentes na largada e que causou a controvérsia de não ter sido interrompida. Foi o grande momento da equipe naquela temporada e Webber deu os únicos pontos da equipe (naquela época só pontuavam os seis primeiros colocados de cada corrida).

No ano seguinte, Webber ganhou a vaga na Jaguar, que teve como companheiro de equipe o brasileiro Antônio Pizzônia. Tava claro e nítida a proteção dada a Webber na equipe. Pizzônia foi demitido por causa de uma ultrapassagem do piloto brasileiro em cima dele, já nascendo ali uma grande inimizade.

O que todo mundo notava em Mark Webber era uma postura arrogante e prepotente do piloto em suas declarações e também o fato dele fazer seu próprio marketing pessoal. Muitos diziam que ele tinha postura e espírito de campeão mundial. O próprio piloto se vangloriava disso e se autointitulou certa vez como “Destruidor de companheiros de equipe”. Mas o nível dos companheiros que ele teve era coisa questionável: Alexander Yoong, Anthony Davidsson, Antônio Pizzônia, Justin Wilson, Christian Klien, Nick Heidfeld foram alguns em princípio de carreira. Todos eles deixaram a Fórmula 1 mais tarde e com a comparação desses pilotos com Webber, diziam que o australiano era sempre o melhor e pronto.



Quando ele assinou com a Williams para disputar a temporada de 2005, o próprio piloto exigiu cláusula para escolher companheiro de equipe e de certa forma até que foi atendido. Tudo isso para vetar Antônio Pizzônia na equipe, onde a BMW acabou dando o veto para contratar Nick Heidfeld. Mas ele entrou na Williams quando a montadora alemã estava saindo da equipe e depois veio a mudança para os fraquíssimos Cosworth, ele viu que fez uma burreira do tamanho do mundo e foi salvo pela Red Bull, que o contratou para guiar pela equipe a partir de 2007.

O problema era a falta de vitórias. A Red Bull nunca vencia corridas naquela época. E eu notava que Webber ainda não tinha encontrado um companheiro de equipe que realmente o desafiasse. Até que a equipe promoveu Sebastian Vettel da Toro Rosso para a equipe principal. Veio Vettel e a equipe começou a ganhar corridas. Mark Webber finalmente venceu uma corrida depois de 130 GPs disputados (o GP da Turquia em 2009), quebrando a marca de Rubens Barrichello como o piloto que mais demorou para vencer um grande prêmio. Veio uma guinada na carreira dele, melhorando da água para o vinho, como diriam muitos.



O ano de 2010 veio e a Red Bull começou sua dinastia. Webber finalmente se lançou como um candidato em potencial à disputa. Parecia que seu ano finalmente iria chegar. Mas ele não tinha o apoio da equipe, onde os dirigentes sempre destratavam Webber quando ele reclamava ou cometia alguma infelicidade. Prova disso ele teve em duas oportunidades: no GP da Inglaterra, quando a equipe optou por dar uma asa nova para Vettel, tendo que fazer Webber correr com o equipamento antigo. Webber ganhou o GP de Silverstone e declarou no rádio: “Nada mal para um segundo piloto.”

A outra prova foi justamente na reta final. Líder do campeonato, ele não teve o apoio da equipe para fazer dele o campeão. Vettel ganhou as duas últimas corridas e virou o jogo, tornando-se campeão sem liderar em nenhum momento o campeonato. A célebre declaração do dirigente da Red Bull de dizer: “Prefiro o segundo lugar a ser campeão com jogo de equipe” soou como um grande golpe de mestre ao final da temporada e de que “venceu o esporte”. Mas a intenção da Red Bull era clara: “melhor perder o campeonato do que ganhar com Mark Webber. Preferimos o Vettel.”



A partir daí, o piloto australiano perdeu motivação e fez várias corridas modorrentas, contrastando com o domínio de Vettel. As vitórias foram se escasseando e o golpe final da equipe foi o GP da Malásia deste ano, onde a Red Bull ordenou aos seus pilotos manterem as posições de pista. Webber liderando e Vettel em segundo. Vettel desobedeceu a ordem e atacou Webber, ganhando a corrida, logo depois sendo blindado pela equipe. Se fosse Mark Webber que tivesse desobedecido a ordem num possível Vettel em primeiro e Webber em segundo, seria demitido naquele momento. Estava claro ali quem era quem mandava na equipe...

Como torcedor, eu me antipatizava muito com ele e suas atitudes arrogantes e todo mundo achando ele certo. Achava-o superestimado pela mídia e dirigentes. A sua postura de “destruidor de companheiros de equipe” me fez pensar numa coisa e desejei algumas vezes: “Espero que ele não encontre um Mark Webber pela frente.”. E ele o encontrou, na faceta de Sebastian Vettel...

Agora, com o fim de sua carreira na Fórmula 1, vai tentar a sorte em 2014 no WEC (o campeonato mundial de Endurance) como piloto oficial da Porsche. Antes, destruidor, acabou no fim sendo destruído, talvez pagando pelo que declarou e como foi o rumo de sua equipe. Ele termina a temporada marcado como um grande piloto que acabou não faturando o campeonato porque as circunstâncias não permitiram. Como outros pilotos que também são lembrados como talentosos, mas sem títulos, como a “gratidão” da Fórmula 1 sempre marcou...