terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Adrian Fernandez, um injustiçado


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Bom, gente. Agora que o assunto esfriou, tava aqui olhando as notícias sobre Silly Seasons da vida e uma que eu vi é sobre este piloto que eu vou comentar com algumas linhas sobre sua trajetória: o mexicano Adrian Fernandez.

Para os mais novos que não viveram os tempos áureos da extinta CART/Champ Car, Adrian Fernandez era uma promessa do automobilismo mexicano que começou na antiga Fórmula Indy (antes da cisão CART x IRL) em 1993 guiando pela equipe Galles. A partir daí, a marca dele era o carro verde e vermelho com os patrocínios da cerveja Tecate e da Quaker State. O piloto passou ainda pelas equipes Tasman e Patrick (nela chegou a disputar, e perder o título de 2000 para Gil de Ferran), antes de em 2001 montar a sua própria equipe na CART. Ainda passou por experiência na IRL com uma equipe conjunta com Aguri Suzuki (a Super Aguri Fernandez). Mas foi um episódio singular que o marcou para sempre para os fãs da categoria.

O ano era 2004. A incerteza sobre o destino da CART pairava nos ares e as equipes estavam em dúvida sobre se ficam ou se cuidam de suas vidas. Uma semana antes da CART ser vendida para o grupo Open Wheel Racing Series (que evitou que a CART parasse em mãos do Tony George), causa uma surpresa na etapa de Phoenix da IRL a presença de Adrian Fernandez. Ele alinha um Panoz Honda no grid e resolve seguir seu caminho.

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Não sabia ele alí que acabou de ser marcado. Ganhou a pecha de traidor da categoria simplesmente porque saiu da CART e foi para IRL. Depois disto, a carreira dele declinou nos monospostos. Ele chegou a disputar o título de 2004 da IRL, mas no ano seguinte, perde todos os patrocínios mexicanos. Resolve em 2005 se concentrar apenas na Indy 500 com parceria com a extinta Mo Nunn. A equipe fica na IRL até 2007 depois se muda para Grand Am e ALMS, mas fecha logo depois. E eu fico aqui pensando:

Teve muita gente mais fervorosa (principalmente as viúvas da Champ Car), que torceram exaustivamente para o pior de Adrian. Muitos não engoliram essa do Adrian, falando que ele fez um “Contrato de Judas” com as categorias. E eu pergunto: se muita gente acabou indo da CART para a IRL (equipes Andretti, Penske e Ganassi) nessa mesma época, porque só o Adrian Fernandez foi taxado de traidor por esses fãs??? Mas o que eles queriam??? Que seus ídolos fossem eternos nessas categorias??? E por que o Adrian teria que ser fiel a uma categoria se ela não estava com certeza de ser realizada???

Para mim, ele apenas tomou um rumo na carreira dele. Se tomou a decisão correta na época ou não, cabe a ele apenas o ônus e bônus desta decisão... muitas equipes e pilotos faliram e surgiram depois desta.

O ciclo das equipes muda conforme os acontecimentos. Hoje os fãs mais fervorosos preferem vibrar por uma Forsythe da vida e alimentar as esperanças de um dia ela ir para a Indy, mesmo sabendo que ela não volta, mas não aceita equipes oriundas da IRL nem também simpatizam por quem foi para o outro lado. Muita gente deixou a CART na época para ir para a IRL, mas somente o Adrian Fernandez foi taxado de traidor. Este daí acabou pagando o pato por sua decisão...

Pobre Adrian... e pensar que hoje ele é o empresário do Sérgio Pérez, piloto da McLaren... como o mundo dá voltas hoje em dia... e se ele tivesse se mantido fiel à CART/Champ Car, como os torcedores queriam, estaria hoje na posição em que ele está??? Há males que vieram para bem, e hoje o ex-piloto mexicano está muito bem, fazendo aquilo que faz, e esquecendo o que aconteceu com ele nos anos anteriores. E o automobilismo mantém o seu ciclo. Heróis e vilões sendo fabricados aos montes e Adrian Fernandez, hoje um empresário de pilotos, já teve seu dia de Fernando Alonso e outros odiáveis da vida. Como o mundo dá voltas...