sábado, 18 de outubro de 2014

Carros verdes no automobilismo - curiosidades e lendas



Bom, gente. Estava aqui pensando olhando sobre os carros que competem nas diversas categorias, as cores presentes e notei uma coisa: os carros com predominância de cor verde.



Esta cor parece que está tipo enfrentando uma seca de conquistas desde os tempos de Jim Clark e sua Lotus dos anos 1960. A verdade é que depois que entraram na moda os patrocinadores, as equipes deixaram de ter as cores padrões delas. Por exemplo, a Lotus era verde escura. A Brabham o azul, a McLaren, o laranja, a BRM, o preto, etc e etc.

  Depois que entraram os patrocinadores, parece que a cor verde tem se tornado uma cor muito agourenta ou representando poucos resultados. E então eu resolvi criar este texto para lembrar de exemplos de carros de cor verde em algumas categorias.
 
Vamos começar pela Benetton. A grife de roupas resolveu se aventurar na Fórmula 1, primeiro como patrocinadora, depois como dona de equipe. Em 1983, ela começou sua aventura na categoria, patrocinando a Tyrrell. Naquele ano, no GP de Detroit, o saudoso Michele Alboreto obteve a última vitória da equipe na Fórmula 1.



Depois disto, a Benetton, sempre predominando a cor verde, passou a patrocinar a Alfa Romeo, mas com o fechamento da equipe no final de 1985, eles resolveram comprar a equipe Tóleman e rebatizaram a equipe, que passou do pelotão intermediário a brigar por posições mais lá na frente. As primeiras vitórias da equipe foram com os carros coloridos, mas mantendo o verde como cor principal... mas a Benetton só passaria a disputar o título depois que adotou o azul da marca de cigarros japonesa Mild Seven para misturar com o verde da Benetton, isto no ano de 1994, quando Michael Schumacher faturou seu primeiro título.


Voltando um pouco antes, em 1991, marcou a estréia de uma equipe que estava ganhando corridas nas categorias de base. A Jordan Grand Prix fechou para aquele ano um patrocínio de refrigerantes da marca Seven Up, com isso a primeira cor teve que ser o verde. Com este carro, a Jordan foi a equipe revelação do ano e teve bons momentos, principalmente nos GPs da Hungria, onde o luxemburguês Bertrand Gachot cravou a melhor volta da corrida. Mas foi no GP da Bélgica que a equipe teve maior destaque. Esta corrida marcou a estréia de nada mais nada menos de um alemãozinho chamado Michael Schumacher, que roubou a cena na classificação. O problema é que a corrida dele durou apenas 500 metros.


Mas foi nesta mesma corrida que o veterano Andrea de Césaris, por pouco não venceu a corrida. Ele estava em segundo lugar, pressionando o líder Ayrton Senna, que estava com problemas no câmbio. Mas o motor Ford Cosworth do carro de De Césaris quebrou na penúltima volta e acabaram as esperanças do veterano italiano vencer pela primeira vez uma corrida de Fórmula 1.

 
Outros exemplos de carros verdes foram a própria Lotus, mesmo depois de passar a ter patrocínio, teve algumas temporadas com pouco destaque, usando carros verdes, a equipe Jaguar de 2000 a 2004, com poucos resultados expressivos, e a atual Caterham, que desde que estreou na Fórmula 1 em 2010 (ainda com o nome de Lotus Racing) até este ano, não marcou sequer um ponto.


Na Fórmula Indy, os carros têm uma característica de multi cores, mas temos alguns exemplos de carros verdes. Destaque para os carros da marca Quaker State, de predominância verde. Em 1992, o colombiano Roberto Guerrero, cravou a pole position para as 500 milhas de Indianápolis daquele ano, mas na corrida, bateu na volta de apresentação e aquecimento de pneus. A marca ainda esteve presente na Indy (CART e Champ Car) e IRL (com os Lola Menard de 1996 e também nos carros até 1998). A marca faturou somente duas vitórias na Indy em sua totalidade (uma em 1989 com a Porsche e outra em 1997 pela equipe Menard).

Quem também correu de verde foi a equipe Andretti Green, anteriormente chamada de Green, primeiro com a marca de cigarros Kool e depois com o patrocínio da 7 – Eleven, inclusive foi com um carro de cor verde e branca que Tony Kanaan faturou o título de 2004 da indy (Fase IRL), cores que ficaram com Tony Kanaan até 2010, e mesmo quando ele mudou-se para a Lotus KV em 2011, também continuou correndo de verde. Naquele ano de 2011, a KV fez uma associação com a marca Lotus e usou carros de cor verde naquela temporada.

 Outro exemplo de maior destaque foram os carros da marca Go Daddy primeiramente com Danica Patrick e depois com James Hinchicliffe. Mesmo tendo ido para a Nascar, Danica Patrick continuou a defender a marca, usando assim também, carros de cor verde.

Outros exemplos de cor verde foram com a Simona de Silvestro na HVM (equipe originária da antiga Herdez da Fórmula CART, que sempre teve carros de cor verde predominante), os carros de Adrian Fernandez na CART até 2003 e na IRL em 2004, o Ed Carpenter na própria equipe, entre outros...



Em outras categorias, tivemos sim uma vitória de um carro com a Mazda, que tinha patrocínios e cores, entre elas, o verde, no ano de 1991, marcando a vitória de um carro com motor rotativo. E aqui no Brasil, também tivemos alguns adoradores do verde. Ingo Hoffmann na Stock Car, teve durante muitos anos, carros multicores, incluindo o verde. E o brasileiro Christian Fittipaldi, palmeirense convicto, correu na Indy em 1995 com um carro onde o destaque era o design da bandeira do Brasil, e claro, o verde predominante, onde ele faturou o segundo lugar nas 500 milhas de Indianápolis daquele ano.


E para encerrar, o próprio Christian, lembra que eu falei que ele era palmeirense??? Pois bem... ele correu na Stock Car, inclusive com um carro pintado com o símbolo e as cores do Palmeiras. Ah, e por falar em Palmeiras, o Presidente Paulo Nobre, poucos sabem, foi piloto de Rally e sempre corria com o carro com as cores do seu time.

Pois é... estes são exemplos de como a diversidade nas cores é interessante e também interessantes as curiosidades sobre as cores. Encerro aqui esta coluna, mas vocês podem apreciar as fotos destes carros de predominância de cor verde. É isto...

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

O que esperar do São Caetano de hoje



Bom, gente. Mês de Outubro de 2014 nós estamos entrando e neste mês, o que me chama a atenção é que no final deste mês vão se passar exatamente dez anos do divisor de águas de um time que no começo dos anos 2000 foi brilhante e que chamava muito a atenção naquele período. Estou falando do São Caetano, campeão paulista de 2004, vice do Brasileiro de 2000 e 2001 e vice da Libertadores de 2002.



Lembro-me do clube ter disputado nos anos de 1990 vários campeonatos de Segunda Divisão de São Paulo com veteranos como Luis Pereira (o Luis Chevrolet da Academia do Palmeiras) e Serginho Chulapa (ex-São Paulo e Santos, entre outros clubes), ainda com o uniforme vermelho e o patrocínio das Casas Bahia. Logo depois, veio o uniforme azul que virou a marca do time. O São Caetano surgiu para o Brasil assim de repente no final do ano de 1999, feito uma campanha de destaque na Série B e que por pouco não subiu para a Série A. Mas foi no módulo amarelo da Copa João Havelange de 2000 que veio o início da ascensão deste clube. Um time que tinha alegria de jogar e que impressionava a sua ascensão pelo pouco tempo de vida e de estar ali incomodando os grandes do futebol brasileiro.

Ainda naquele ano de 2000, graças ao regulamento, o time saltou da Série B (o módulo amarelo) direto para a Série A no mesmo ano e derrubou os grandes do módulo azul. Palmeiras e Grêmio caíram perante ele nos mata-mata e na final, o jogo mais importante da vida deles, contra o Vasco da Gama, na final da Copa João Havelange. O time não ganhou o campeonato e até hoje o pessoal, torcedores e quem gosta do futebol,  lamenta muito por isto.

Lembro-me de que por muito tempo o azulão, como era conhecido o time, foi chamado de “asa negra corinthiana” porque o Timão dificilmente ou raramente conseguia derrotar o time do ABC e este aplicava muitas surras no Corinthians... e não tinha uma torcida assim tão enorme, pelo contrário, só lotava mesmo o estádio quando o trio de ferro paulista (Corinthians, Palmeiras, São Paulo) ou o Santos jogavam no Anacleto Campanella.

Cara, o time quase ganhou a Libertadores em 2002. Perdeu porque caiu no jogo do oba oba da imprensa “especializada”, da mídia “entendedora do assunto” e no jogo de bastidores do Olímpia. Lembro-me bem daquela decisão. Depois de ter ganho fora de casa lá no Defensores Del Chaco, todo mundo falava.... não tem pra ninguém... o São Caetano é o time do momento e merece ganhar.... pois é.... veio no Pacaembu, talvez pela pressão que teve de decidir um torneio importante como era a Libertadores, eles caíram como pato na provocação do jogo de bastidores do Olímpia, um clube que naquele ano, estava comemorando seu Centenário e que já tinha experiência de vários torneios internacionais. Acabaram perdendo uma Libertadores praticamente ganha no Pacaembu. E com isto, perdeu a oportunidade de enfrentar no Japão no final daquele ano o galáctico time do Real Madrid de Zidane, Ronaldo, Casillas, Figo e Beckham, entre outras estrelas... até hoje penso se esses dois times se enfrentassem o que seria o jogo...

Pois é.... o São Caetano era grande, o Corinthians era pequeno, todo mundo dizia isso.... Vários treinadores bons estiveram no clube como Jair Picerni, Tite e Muricy Ramalho... o time tinha um modelo de administração que todo mundo falava que era o futuro do futebol e que deveria ser inclusive copiado pelos grandes do futebol brasileiro... lembro-me de uma vez que o dirigente corinthiano Antônio Roque Citadini disse que o São Caetano não era exemplo pra ninguém... foi taxado de invejoso e falaram que ele estava com dor de cotovelo pelo sucesso que o São Caetano estava tendo naquele período...

Mas tudo isto mudou quando o Serginho, meio de campo do São Caetano, morreu em campo numa imagem dramática e que percorreu o mundo num jogo contra o São Paulo no Morumbi.... isto faz exatos 10 anos, em 27 de Outubro, poucos dias depois de seu aniversário... Depois veio a decadência. O time perdeu pontos em 2004, depois vieram os rebaixamentos tanto no Paulista quanto no Brasileiro e esta semana, o time acabou de cair e vai disputar a Série D de 2015 (equivale à quarta divisão do campeonato brasileiro). E se não conseguir acesso de volta para a Série C em 2016, nem Série D vai disputar. Fora que hoje no Paulista ele está na A2 (a segunda divisão)....

Hoje ninguém mais ouve falar neste time. É lamentável e tanto que se gabavam de falarem que o time era grande, hoje o time não é nem sombra do que foi um time que antigamente chegou a ser apelidado de “Showcaetano, o pequeno gigante”. Lembro que por muitas vezes os palmeirenses até se gabavam do fato do hino deles ser uma cópia do hino do Palmeiras e consideravam o time uma espécie de “filial do Palmeiras” pelo relacionamento que os diretores de ambos os clubes tinham entre si...

Bom, é lamentável isto mesmo e hoje o time luta apenas para sobreviver... triste isso... triste pelo que foi um dia o São Caetano, assim como outros times do interior de São Paulo que também tiveram sucesso por um breve período, afundando-se cada vez mais no futebol brasileiro...