sábado, 22 de setembro de 2012

2005 – O ano que (finalmente) terminou agora para mim






Bom, gente. Ultimamente tenho escrito sobre colunas de automobilismo, mas como para mim esse tema está muito pra baixo, sem motivação para escrever e falar sobre ele, achei mais pertinente falar sobre um assunto que mexeu com muitos na época que aconteceu. O famoso escândalo de arbitragem do Edilson Pereira de Carvalho, que deu uma reviravolta tremenda no Campeonato Brasileiro de 2005, vencido no final pelo Corinthians.
Particularmente, como corintiano, eu deveria vibrar e enaltecer essa conquista, afinal, era o quarto título nacional da equipe, no ano em que aconteceu a parceria do Corinthians com a MSI.

Todo mundo falava desta nefasta parceria, onde o fundo de investimento era presidido pelo iraniano Kia Joorabchian (ou Kia Jorabicha) e parceria fechada pelo então presidente Alberto Dualibi. Lembro que o Corinthians disputava pau a pau o campeonato contra Internacional e Fluminense até quando estourou a prisão do árbitro Edilson, com as acusações de manipulação e compra de resultados. Essa prisão ocorreu na véspera do jogo Flamengo x Corinthians, que ele iria apitar.



Prenderam o homem, mas o STJD (presidido na época pelo Luiz Zveiter), resolveu então anular todos os jogos apitados pelo Edilson e teve uma reviravolta no campeonato, onde principalmente o Corinthians, teve dois jogos anulados (Santos e São Paulo), onde perdemos e logo depois remarcados, acabamos ganhando 4 pontos nos jogos redisputados.

Na época, criou-se um escarcéu só porque o Corinthians acabou recuperando 4 pontos com esses jogos remarcados. E no fim, o Corinthians se sagrou campeão, com 3 pontos de vantagem para o Internacional, mas que se não tivessem remarcados os jogos, o Internacional teria terminado 1 ponto à frente do Corinthians.

Pois bem. Como diria o Muricy Ramalho, a “Bola Pune”, e o Corinthians acabou ganhando tipo uma punição nos dois anos seguintes: em 2006, o time foi eliminado da Libertadores pelo River Plate e ainda viu o Internacional, o maior rival e considerado o Super Herói do povo em 2005, se sagrar campeão da Libertadores e do Mundial de 2006. Ainda por cima, o Corinthians foi péssimo no Paulistão, a parceria com a MSI foi desfeita, o time rondou as páginas policiais e viu o imbróglio do caso Nilmar, onde o time foi obrigado a ceder o jogador para o Internacional e ainda a pagar para que Nilmar jogasse lá.

Por fim, a pá de cal na crise foi o rebaixamento em 2007, no jogo contra o Grêmio e paralelamente jogavam Goiás e Inter, onde o Corinthians necessitava que o Goiás não vencesse o Inter para permanecer na elite. Deu tudo errado, como disseram os gaúchos, o “Grêmio cava e o Inter enterra”. Todos os colorados torceram para o Inter entregar para o Goiás e foi o que aconteceu, no lance que tiveram que voltar três vezes o pênalti para o Goiás converter e empurrar o Timão para a Série B.



Todo mundo vibrou com a desgraceira corintiana na ocasião e ficaram desejando ainda o pior. Gargalharam quando a estátua de São Jorge se espatifou no chão. Mas depois veio o início da arrancada. O Corinthians, que muitos temiam um fracasso em 2008, teve a conquista da Série B com sobras naquele ano, como o início do resgate. E também no ano seguinte, a reestruturação dando frutos, com conquistas como o Paulista 2009, invicto, a Copa do Brasil de 2009 em cima do algoz Internacional como vingança de 2007, o Brasileirão de 2011 e agora, a tão sonhada Libertadores de 2012, invicto.

Como torcedor corintiano, na ocasião de 2005, agora posso emitir minha opinião: eu particularmente não gostei da remarcação e também do resultado final. Achei que deveriam sim ter mantido os resultados, independente da culpa do Edilson. Isso sem falar no jogo Corinthians x Internacional, que teve aquele pênalti polêmico não marcado. Talvez se tivesse mantido os resultados, quem garante que o Inter não tivesse ganho ou se tivesse conduzido de uma forma diferente o campeonato?



O Internacional ficou taxado como o Super Herói do povo, e o Muricy, como campeão moral daquele ano e alavancou a carreira dele para várias conquistas logo depois. Terminou 2005, ele comemorou o resultado da última rodada junto com os jogadores e uma revoltada torcida do Coritiba, sofrendo com o rebaixamento de seu time em 2005, atirando pedras e garrafas nos jogadores e comissão técnica do Inter. Quiseram se achar os últimos do deserto, acabaram recebendo desta forma a sua “conquista”.

Eu não gostei do resultado final, mesmo sendo corintiano, não gostei da forma como foi conduzido 2005. Ficou um anti-clímax, vontade de comemorar, mas não o fiz. Fiquei quieto, sem o que fazer, constrangido. Não comemorei 2005, porque se o Corinthians tivesse ganho o título com 5 pontos de vantagem, não haveria desculpa. Mas como foram só 3, ficou esse "SE" no título.

2005 não comemorei, mas depois as outras conquistas, sem essas marcas, eu festejei bastante, principalmente as últimas. 2011 sim foi um título de verdade, conquistado porque foi o melhor, sem mudança de jogos remarcados. E agora a Libertadores 2012, invicto, com 100% de aproveitamento em finais de Libertadores disputadas. E depois diziam que o Corinthians nunca seria o campeão.



Agora sim, sinto que 2005 terminou, e foi passado. O momento agora é de comemorar as conquistas mais recentes e se preparar para as futuras.

Valeu!!!!!